Em meio às investigações sobre as contas secretas que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é suspeito de manter na Suíça, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, mandou um recado hoje aos que enviam dinheiro ao exterior na esperança que o montante fruto de negociações criminosas nunca será descoberto. “Não adianta esconder bens fora do Brasil porque a cooperação jurídica internacional, hoje intensa, permite identificar esses valores e recuperá-los”, disse Janot, ao tratar da extradição do mensaleiro Henrique Pizzolato ao Brasil. “Fica o recado muito claro para as pessoas que cometem ilícitos. Se o crime hoje é organizado e, muitas vezes, não respeita fronteiras, as decisões judiciais agora valem também além das fronteiras dos respectivos países, seja para aqueles que fogem, seja para quem esconde valores e bens no exterior”, completou. Nesta quinta-feira, o ministro Teori Zavascki, relator dos processos do petrolão no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o sequestro do dinheiro depositado nas contas secretas de Eduardo Cunha. Com isso, os valores – cerca de 2,4 milhões de francos suíços – serão transferidos para uma conta judicial no Brasil para garantir recursos caso o peemedebista seja condenado e tenha de ressarcir os cofres públicos. (Laryssa Borges, de Brasília)
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