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Um papa lá em casa

"Que família maravilhosa e abençoada", disse o pontífice, ao chegar à casa de Lucia e Manoel, escolhidos para receber a visita na favela de Varginha, em Manguinhos

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 jul 2013, 19h00

Eram sete as casas finalistas para receber o papa Francisco na favela de Varginha, no Complexo de Manguinhos, na Zona Norte do Rio. Nesta quinta-feira, um policial federal avisou a Maria Lucia da Penha, de 62 anos, que a dela havia sido a escolhida, e que era para esperar o pontífice ao lado do marido, da filha e da neta na varanda da casa. Enquanto isso, na parte interna, um grupo de cerca de 20 pessoas se espremia na pequena sala da residência acompanhando pela televisão a aproximação do papa até a porta. Vizinhos, amigos e familiares, com a possibilidade de verem Francisco de perto, lotaram a casa de Lucia e de Manoel da Penha, de 58 anos.

Na entrada, Francisco disse ao casal: “Que família maravilhosa e abençoada”. Em seguida, Manoel emendou: “Agora, ainda mais abençoada”. Lucia é tímida, mas, nesta quinta, estava especialmente falante. “Só falo o necessário, mas hoje foi o Espírito Santo que me fez falar. Disse a ele: papa Francisco, o senhor foi o maior presente da minha vida”, contou. Foram dez minutos dentro da casa, de fachada verde e amarela, cores que emolduram a janela com os dizeres “sangue de Jesus tem poder”.

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Não deu tempo de oferecer nada ao papa. Francisco concedeu sua benção a todos que estavam na casa, abraçou as quatro crianças, pegou duas delas no colo – uma de um mês e meio e outra de quinze dias – e distribuiu terços. Rubens Lisboa, de 33 anos, é vizinho de Lucia e, ao ver o papa, pulou o muro da casa e entrou para acompanhar a visita. “Pulei a janela com a camisa do Flamengo na mão e tirei uma foto com o papa”, disse, depois de ter pedido desculpas aos vizinhos.

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A casa passou por algumas mudanças para receber Francisco. Os quadros deram lugar a um pôster do papa na parede. No lugar da geladeira e do fogão, que ficavam na sala, foram colocadas três cadeiras que acompanhavam um sofá de dois lugares. Francisco não se sentou e não entrou nos outros cômodos, que passavam por reforma. Na noite de quarta, foram enchidas 50 bexigas para enfeitar a sala, onde está pendurada também uma imagem de Maria. Sobre a televisão da estante, há duas bíblias. Uma católica e outra pentecostal, do filho de Lucia e Manoel, que é evangélico e não viu o papa porque estava no trabalho.

Antes de sair, Francisco rezou uma Ave Maria. “É uma doçura de pessoa, só fala com pessoas sorrindo, apertando a mão”, diz Manoel, que chorou ao recepcionar o papa. Em seguida, Francisco cruzou a porta, repleta de dizeres, como “Jesus Cristo salvador e Senhor, “eu e minha casa revivemos o Senhor”, ‘Cristo é o caminho”, “Sou de Deus, nasci para vencer”. Então, passou pelo recado pendurado na parede da varanda – “ao entrar, Deus te abençoe. Ao sair, Deus te acompanhe” – e seguiu seu caminho.

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‘Orem por mim’ – No caminho até o campo de futebol, onde discursou, o papa passou por seis casas depois da de Lucia e, na frente da sétima, uma igreja evangélica Assembleia de Deus, cumprimentou dois pastores e disse: “Orem por mim”. Os dois rezaram o Pai Nosso e deixaram a Assembleia de Deus aberta para que as pessoas pudessem usar o banheiro e beber água.

No campo, para os moradores de Varginha, Francisco foi informal. Disse que queria dar bom dia a todos e, em cada casa, pedir um copo de água e beber um ‘cafezinho’. Depois, com um tom mais firme, mandou o recado: “Nenhum esforço de pacificação será duradouro, não haverá harmonia e felicidade para uma sociedade que ignora, que deixa à margem, que abandona na periferia parte de si mesma. Uma sociedade assim simplesmente empobrece a si mesma”, disse.

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