Tucanos querem que PGR investigue Paulo Passos
Partido também pretende convocar ministro para prestar esclarecimentos sobre denúncias envolvendo Ministério dos Transportes
O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), irá incluir o nome do novo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, na representação protocolada semana passada na Procuradoria Geral da República (PGR), que pede investigação dos envolvidos em denúncias de corrupção na pasta.
Incialmente, o pedido era para avaliação da conduta do ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento e dos quatro servidores que foram afastados de seus cargos por conta das irregularidades apontadas por VEJA. O filho de Nascimento, Gustavo Morais Pereira – que teve seu patrimônio aumentado em 86.500% em dois anos, de acordo com o jornal O Globo– também foi incluído na representação.
“Pelos cargos que ocupou, a possibilidade de Passos não ter conhecimento do que acontecia é praticamente nula. O secretário-executivo é o operacional do ministério e tem acesso a todas as informações. Se as decisões eram colegiadas, Passos pode ter sido no mínimo conivente. Isso precisa ser investigado”, diz Duarte Nogueira.
Passos, que tomou posse como ministro titular da pasta nesta terça-feira, era secretário-executivo de Nascimento e assumiu o Ministério dos Transportes duas vezes durante o governo Lula. “Na substituição, a presidente trocou seis por meia dúzia”, avalia o tucano.
Convocação – O deputado Vanderlei Macris (SP) irá protocolar requerimento de convocação de Passos na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. O ministro foi o único representante da cúpula do ministério que não teve o nome citado nas denúncias. Ainda assim, a oposição acredita que ele se omitiu diante das irregularidades realizadas pela cúpula da pasta.
Durante coletiva de imprensa nesta terça-feira, Passos negou envolvimento no episódio e prometeu fazer mudanças na pasta, como demissão de funcionários, a fim de evitar novos casos de corrupção. O ministro disse que estuda implantar um sistema em que os preços das obras sejam definidos de forma global para evitar a necessidade de novos contratos – os chamados aditivos, que acarretam recursos extras.