Com greve da PM, Forças Armadas desembarcam na Bahia
Salvador viveu madrugada de caos: comércios foram saqueados, aulas foram suspensas e os ônibus pararam de circular por falta de segurança
Por Da Redação
16 abr 2014, 16h01
Após uma noite de caos marcada por saques a lojas e paralisação nas linhas de ônibus em Salvador, tropas das Forças Armadas começaram a desembarcar na Bahia, nesta quarta-feira, para fazer a segurança da capital e de outros municípios do Estado enquanto durar a greve da Polícia Militar, que começou na noite de terça-feira. O envio dos agentes foi autorizado pela presidente Dilma Rousseff, atendendo a um pedido do governador Jaques Wagner (PT). Até o fim do dia, 5.000 militares devem chegar a Salvador.
De acordo com comunicado do governo estadual, a presidente assinou o decreto de Garantia da Lei e Ordem, permitindo que homens do Exército realizem ações de patrulha, vistoria e prisões em flagrante nas ruas das cidades baianas. As operações são comandadas pelo general Racine Bezerra Lima, da 6ª Região Militar.
Também nesta quarta, a Justiça baiana classificou a greve como ilegal e determinou o retorno imediato dos policiais às atividades, sob pena de multa diária de 50.000 reais às associações que representam a categoria. A decisão do judiciário acatou uma ação cautelar do Ministério Público do Estado, fundamentada no entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que militares e profissionais equiparados são proibidos de realizar greve.
A paralisação da PM abalou significativamente a rotina dos moradores de Salvador e cidades vizinhas. Frotas de ônibus foram reduzidas, escolas e faculdades suspenderam as aulas, e empresas e repartições públicas encerraram o expediente mais cedo. Na noite de terça, logo após o início da greve, foram registrados um assalto a ônibus e saques em comércios de oito bairros da capital.
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Em assembleia que reuniu 2.000 oficiais na terça-feira, a Polícia Militar decretou greve por tempo indeterminado, reivindicando melhorias nos planos de carreira e aumentos salariais. A paralisação começou uma semana depois de o governo estadual apresentar um plano de modernização para a corporação. Segundo o ex-policial e hoje vereador de Salvador Marcos Prisco (PSDB), a proposta apresentada “não contemplou os desejos da categoria”. Ele é um dos principais negociadores dos policiais com o governo e foi líder da última greve da PM no Estado, ocorrida entre janeiro e fevereiro de 2012. Na ocasião, houve uma onda de assassinatos e arrastões nas maiores cidades do Estado. Na época, a Força Nacional e militares do Exército também foram requisitados para policiar o Estado.
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