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Trecho Leste do Rodoanel deve ser entregue inacabado

Obras que ligarão o Trecho Sul, em Mauá, à Rodovia Presidente Dutra, em Arujá também estão atrasadas; Artesp já notificou 66 vezes a concessionária, mas não fez nenhuma punição

Por Da Redação
18 nov 2013, 14h33

O Trecho Leste do Rodoanel, em São Paulo, deve ser entregue inacabado em março de 2014, prazo final previsto em contrato. As obras dos 43,8 quilômetros que ligarão o Trecho Sul, em Mauá, à Rodovia Presidente Dutra, em Arujá, estão atrasadas e a concessionária SPMar corre para tentar inaugurar ao menos o trecho até a Rodovia Ayrton Senna. Ainda faltarão oito quilômetros para a ligação com a Dutra.

Embora empresa e governo paulista tenham afirmado publicamente nos últimos meses que o Trecho Leste estava dentro do cronograma, a Agência de Transportes de São Paulo (Artesp), que fiscaliza as concessionárias de rodovias no estado, já emitiu 66 notificações, mas nenhuma multa, alertando a SPMar para os atrasos. Agora, a promessa é de que o trecho completo seja concluído no primeiro semestre de 2014.

Ainda assim, o novo prazo é visto com desconfiança por aliados do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Eles acreditam que o período de chuvas pode comprometer os trabalhos no canteiro de obras – uma das mais importantes para o governo do estado – e minar a estratégia política para que o governador inaugure todo o Trecho Leste até 4 de julho, prazo limite para que autoridades que disputarão as eleições em outubro participem de inaugurações de obras públicas. Alckmin é candidato à reeleição.

Para a SPMar, que venceu a concorrência do Trecho Leste apresentando a menor tarifa de pedágio do Trecho Sul, entregue pela Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) em abril de 2010, a alteração dos prazos vai pesar no bolso. Isso porque o contrato de concessão por 35 anos assinado em março de 2011 prevê multa de cerca de 400 000 reais por dia de atraso, ou 12 milhões de reais por mês.

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Mesmo com o atraso no Trecho Leste, a concessionária continuará operando o Sul, que liga a Rodovia Régis Bittencourt ao Grande ABC, na Região Metropolitana, e cobra pedágio desde agosto de 2011. A tarifa é de 2,60 reais por eixo. Segundo balanço da concessionária, a receita com pedágio em 2012 foi de 145,8 milhões de reais.

Piores – Em sobrevoo feito no início do mês, o estado constatou que a parte mais atrasada da obra é o trecho de oito quilômetros entre as rodovias Ayrton Senna e Presidente Dutra, onde ainda há árvores sendo derrubadas e casas a serem demolidas pela SPMar.

Há quase um ano, a falta de licenças ambientais nos últimos dos dez lotes da obra atrasaram a execução do projeto. Em maio deste ano, a questão foi resolvida, mas um imbróglio envolvendo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) travou as obras do trevo de acesso à Dutra, em Arujá.

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Outro trecho problemático está logo no início do trajeto, próximo da interligação com o Trecho Sul, em Mauá. Segundo a SPMar, a falta de autorização da MRS Logística, concessionária federal que opera a linha férrea de trens de carga que cruza a asa leste, impede a escavação da passagem subterrânea.

Já no túnel Santa Luzia, em Ribeirão Pires, iniciado em dezembro de 2011, as imagens externas são semelhantes às de março, quando Alckmin e o secretário de Logística e Transporte, Saulo de Castro Abreu Filho, elogiaram o ritmo das obras.

Outro lado – A concessionária SPMar informou que o atraso na conclusão do Trecho Leste do Rodoanel deve-se a dois entraves nas aprovações do entroncamento com a Rodovia Presidente Dutra pela ANTT, em Arujá, e da passagem inferior sob a linha férrea MRS Logística S.A., em Mauá.

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“A não liberação das autorizações, datadas desde maio de 2013, geram um custo de 11 milhões de reais por mês em equipamentos e pessoal alocados e parados que aguardam pelo início das obras. Caso haja novas interferências e as duas intervenções ressaltadas não sejam solucionadas, será necessária a postergação do prazo de conclusão das obras”, diz, em nota.

Segundo a concessionária, a obra “segue à risca o cronograma anunciado ao poder público em março de 2011”.

“A obra já superou os 73% de avanço e tem 80% dos trabalhos de terraplenagem executados”, informa a SPMar. “Se considerarmos o Trecho Leste do Rodoanel até a Ayrton Senna, previsto para entregar em março de 2014, já houve avanço de 80% das obras”, completa.

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Segundo a concessionária, a maioria das notificações da Artesp trata de “atraso de entrega de projetos que necessitaram de modificações” que ocorreram por causa de “variações geológicas” e “fatores que não estavam contemplados no projeto inicial”.

“É importante esclarecer que a concessionária é a principal interessada em entregar a obra, uma vez que administrará a rodovia pelos próximos 32 anos e o retorno de todo seu investimento, de 3,2 bilhões de reais sem onerar um centavo os cofres públicos, ocorrerá via pedágio.”

Cronograma – Em nota, a Artesp informou que a entrega do trecho até a Ayrton Senna “facilitará a fluidez de tráfego na região, ajudará na retirada de veículos pesados que seguem do interior para o litoral e interligará oito principais rodovias que chegam à Região Metropolitana de São Paulo”.

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São elas: Raposo Tavares, Régis Bittencourt, Bandeirantes, Anhanguera, Castelo Branco, Imigrantes, Anchieta e Ayrton Senna. Segundo a agência, “nos oito quilômetros restantes, até a Rodovia Presidente Dutra, a obra poderá sofrer atraso”, mas “os trabalhos seguem para evitar este problema”.

A Artesp afirmou ainda que “o cronograma de execução das obras é de responsabilidade integral da concessionária SPMar”. A reportagem não conseguiu contato com a ANTT.

(Com Estadão Conteúdo)

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