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Tragédia das balas perdidas faz mais duas vítimas no Rio de Janeiro

Menino de 10 anos foi atingido nesta quinta no Complexo do Alemão, onde a funcionária de uma creche já havia morrido um dia antes. Na Tijuca, mulher foi morta na fuga de ladões que atacaram uma joalheria

Por Leslie Leitão 2 abr 2015, 22h47

Foi uma tarde de quinta-feira trágica e que engrossou a sangrenta estatística de violência do Rio de Janeiro. Por volta das 16h30, uma mulher foi morta a tiros na saída de um shopping na Tijuca, Zona Norte da cidade, após uma tentativa de assalto a uma joalheria. Um segurança reagiu, houve confronto, e Silvia Maria A. da Costa, de 49 anos, acabou atingida por três disparos. Um outro homem ficou ferido por outra bala perdida e os criminosos conseguiram escapar pela Rua Barão de Mesquita, uma das principais do bairro. Uma hora mais tarde, no Complexo do Alemão, o menino Eduardo de Jesus Pereira, de apenas 10 anos, morreu com um tiro na cabeça, durante um confronto entre policiais militares e traficantes que, mesmo depois de quatro anos da implantação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), continuam mandando na região.

Os dois casos escancaram ainda mais a violência que parece descontrolada pelos quatro cantos da cidade. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública, entre 2008 e 2013, 891 pessoas foram atingidas por balas perdidas no Rio de Janeiro, sendo que 62 dessas acabaram morrendo. Os dados de 2014 ainda não foram divulgados, mas 2015 começou quebrando recordes. No mês de janeiro, 34 pessoas foram feridas, sendo que seis morreram.

A tentativa de assalto desta quinta ocorreu no Tijuca Off Shopping. Uma funcionária da Monte Carlo Joias acionou o alarme na hora do ataque e os dois criminosos fugiram. Eles tentaram escapar numa moto, mas um vigilante reagiu e houve tiroteio. Silvia acabou baleada, levada para o Hospital do Andaraí, mas morreu.

No Alemão, na localidade conhecida como Areal, o enredo repetiu o que havia acontecido um dia antes, quando Elizabeth de Moura Francisco foi baleada dentro de casa e não resistiu ao ferimento. A filha dela, Mayara, de 14 anos, foi ferida no braço, mas passa bem. Em outros confrontos, um policial militar foi baleado de raspão na perna, dois bandidos morreram e um adolescente de 15 anos ficou ferido.

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A morte de Eduardo, no entanto, gerou revolta entre os moradores. O crime ocorreu justamente no primeiro dia do que a Secretaria de Segurança Pública vem chamando de plano de reajuste das favelas com UPPs.Policiais do Batalhão de Choque e do Bope foram para o Alemão. Houve mais tiroteios. Mas moradores acusam PMs de terem executado o menino. Em um vídeo que circula nas redes sociais, moradores gritam por justiça e chamam os policiais de covardes, enquanto Eduardo está deitado numa poça de sangue.

O governador Luiz Fernando Pezão soltou uma nota oficial sobre as mortes e voltou adotar o repetitivo discurso de que o Estado não vai recuar: “É minha também a dor das famílias vitimadas pela violência. Estamos empenhados e determinados para fazer com que as famílias do Rio de Janeiro não sejam mais submetidas a esse tipo de brutalidade. As nossas forças de segurança vão continuar enfrentando a criminalidade. Não vamos recuar diante da covardia de criminosos”, disse, em nota enviada por sua assessoria de imprensa.

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