Tiroteio assusta moradores da Rocinha. Assista ao vídeo
Favela recebeu uma Unidade de Polícia Pacificadora em setembro de 2012
Desde o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, no dia 14 de julho, as atenções – e tensões – do Rio de Janeiro estão voltadas para a Rocinha. Os moradores da favela, que recebeu uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) em setembro do ano passado, ainda não conseguiram ver no seu dia a dia a prática do significado do termo “pacificação”.
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Tiroteios na madrugada ainda são uma realidade aterradora na vida de muitas famílias que vivem no morro, localizado em São Conrado, Zona Sul. Nesta quinta-feira, mais uma dessas cenas tirou o sono de muitos. Um morador publicou vídeo no Facebook mostrando os disparos intermináveis – aos 32 segundos, uma das balas parece passar muito perto, levando-o a mudar de local.
Até o fim da tarde dessa quinta-feira, a gravação já havia sido curtida por 122 pessoas e compartilhada por 147. O vídeo vem à tona um dia depois da divulgação de números preocupantes do Instituto de Segurança Pública (ISP): os homicídios dolosos (com intenção) cresceram 38% no Estado em agosto – na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em números absolutos, o aumento foi de 294 para 406 casos.
Criminosos – Em maio deste ano, um turista alemão foi baleado na favela. Frank Daniel Baijaim passeava com um amigo em uma sexta-feira à tarde, quando eles foram surpreendidos por um homem armado num beco, na localidade conhecida como “Roupa Suja”. Assustado, ele teria tentando correr, quando foi atingido por um disparo. No mesmo mês, um policial da UPP também havia sido baleado, em patrulhamento.
Os bandidos locais ainda são chefiados por Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, preso desde 2011. As ordens dele são repassadas do presídio em Campo Grande aos traficantes por John Walace da Silva Viana, conhecido como Johnny, que está foragido. De acordo com a polícia, as bocas de fumo da favela movimentam, em média, 60.000 reais por mês com a venda de drogas.
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