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TIM: de favorecida pelos petistas a punida pelo governo

Grupo que controla a operadora já manteve proximidade com nomes do PT. Mudança no eixo de poder e pressão sobre o governo geraram punição

Por Gabriel Castro
19 jul 2012, 19h40

A operadora TIM foi o principal alvo da inédita punição anunciada nesta quinta-feira pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Por má prestação de serviços, a empresa está temporariamente proibida de habilitar novas linhas em 18 estados e no Distrito Federal. Milhões de clientes viram na medida alguma esperança de obter melhoria no atendimento que recebem da telefônica. Mas a decisão representou também um sinal de mudança de rumos na política: a Telecom Italia, controladora da TIM, manteve uma estreita proximidade com petistas do núcleo central de comando do primeiro governo Lula, como os ex-ministros José Dirceu e Luiz Gushiken. Os tempos de acesso direto ao coração do Planalto parecem ter acabado.

No início do governo Lula, a tele italiana enfrentou o grupo Opportunity, de Daniel Dantas, pelo controle da Brasil Telecom, uma feroz disputa comercial que rachou o governo e virou escândalo político. Investigações da Justiça italiana apontaram que a Telecom Italia pagou propina para autoridades brasileiras – nunca identificadas – para ser favorecida. O especulador Naji Nahas teria sido o intermediário do pagamento. Dirceu e Gushiken foram mencionados, na época, como contatos da companhia italiana no Brasil.

À certa altura de 2004, surpreendentemente, Dirceu perdeu o interesse na causa dos italianos e ensaiou uma aproximação com o grupo rival. Mas no ano seguinte, com a eclosão do escândalo do mensalão, tanto Gushiken como Dirceu começaram a perder força. Gushiken foi rebaixado de ministro a assessor, depois deixou o governo e por fim se afastou da política. Dirceu deixou o governo, foi cassado e já não detém grande influência sobre o governo, embora ainda possua notável ascendência sobre a máquina partidária petista. Por fim, nem os italianos nem o Opportunity ficaram com o comando da Brasil Telecom, que acabou adquirida pela Oi.

João Batista de Rezende, o atual presidente da Anatel, ascendeu graças ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Como mostrou VEJA nesta semana, Bernardo faz parte de um novo polo de poder petista e integra o núcleo de ministros que a presidente Dilma Rousseff escolheu para guiá-la rumo à campanha pela reeleição em 2014.

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Para além da política, o grande volume de reclamações dos consumidores não permitiu que a Anatel fizesse ouvidos moucos à falta de qualidade do serviço prestado pela TIM. A empresa, que ganhou espaço sob o governo petista, não soube administrar o próprio crescimento. Era impossível fugir da pressão para que o poder público tomasse uma providência.

Punição – A punição anunciada pela Anatel nesta quinta-feira atingiu, além da TIM, as operadoras Claro e Oi. As empresas precisarão apresentar um plano de investimento se quiserem retomar o direito de vender novas linhas telefônicas. A interrupção de chamadas telefônicas, a baixa qualidade do sinal e o mal atendimento no call center foram os principais problemas apontados pela Anatel.

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