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Temer apresenta plano do PMDB a empresariado de SP

Aplaudido de pé pela plateia, vice-presidente falou sobre superar as divergências do país, mas evitou comentar o processo de impeachment contra Dilma Rousseff

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 7 dez 2015, 21h01

Em meio às crescentes especulações sobre o seu posicionamento em relação ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, deflagrado na semana passada, o vice-presidente Michel Temer participou nesta segunda-feira de um evento organizado pela Fecomercio, no centro de São Paulo. Para uma plateia formada por cerca de 150 representantes patronais do comércio do Estado de São Paulo, Temer apresentou o programa do PMDB “Uma ponte para o futuro”, de cunho mais liberal do que a política econômica do atual governo que visa tirar o país da recessão. O projeto deve ser lançado na convenção da legenda em março de 2016.

O encontro foi fechado a jornalistas e os participantes não fizeram perguntas ao vice-presidente. Segundo pessoas que participaram da reunião, Temer discursou por cerca de 30 minutos. Em sua fala, destacou a sua atuação como constitucionalista, pregou o fim das divergências no país e evitou falar sobre o pedido de impedimento da presidente. “Ele falou que o Brasil precisa superar as suas divergências, que essas divergências não podem ter um tom maniqueísta, uma divisão entre o bem e o mal”, relatou o ex-ministro do Supremo Tribunal Militar Flavio Bierrenbach. Para ele, ao apresentar o projeto do partido, Temer se mostrou “à disposição do país”.

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O tom mais crítico à situação que o Brasil enfrenta hoje ficou com o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco, que precedeu Temer no discurso. Antes dos dois peemedebistas, quem falou foi o jurista Ives Gandra Martins, que faz parte do Conselho de Direito da Fecomercio-SP. Em artigos publicados na imprensa, ele já se posicionou favoravelmente ao impeachment da presidente. Segundo participantes, Ives chegou a chamar por duas vezes Temer de presidente. “Mas nós entendemos como presidente do PMDB, claro”, disse um dos participantes, em tom de ironia.

O conselheiro da Fundação Ulysses Magalhães, Evandro Mesquita, quis destacar que o plano tem como objetivo unificar o país. Como exemplo, ele afirmou que partidos da oposição, como PSDB e DEM, já manifestaram apoio ao projeto. “É interessante que o PSDB, que tem as suas divisões internas conhecidas, se somou em um apoio explícito ao projeto.” Questionado sobre se o PT também o ratifica, ele respondeu: “O PT ainda não se manifestou, mas ele pode abrigar diversos setores do partido”.

Segundo relatos, após a explanação sobre o plano, Temer foi aplaudido de pé pela plateia. “A aceitação foi boa e considerando o momento atual qualquer coisa que se faça de concreto é muito bem-vinda”, disse o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos e Vestuário de São Paulo, Luiz Roberto Rando. “As manifestações foram claras no sentido de que esse projeto atende às perspectivas do empresariado nacional, o que é muito positivo”, completou Mesquita.

Apesar de não ter falado sobre o processo de impeachment e sequer citado a presidente Dilma, alguns participantes interpretaram o discurso de Temer como uma maneira de se mostrar uma alternativa viável em caso de afastamento da presidente. “Ele falou sobre o impeachment indiretamente, quando apresentou esse quadro que nós estamos atravessando, que, com esse plano, ele pretende apaziguar [o país], fazer mais coisa pelo povo, mais emprego, menos inflação”, disse Mario Paciello, um dos presentes no encontro. A maioria dos ouvidos pela reportagem, no entanto, relatou que Temer como “um homem prudente e recatado” não se manifestaria deste modo num momento delicado como esse. “Não é do feitio dele”, disse Ricardo Arroyo, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de São José do Rio Preto.

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