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Obras da Linha 4 do Metrô de São Paulo devem ficar 54% mais caras

Paralisado há nove meses, empreendimento terá um gasto extra de 381,6 milhões de reais

Por Da Redação
25 abr 2016, 09h40

A retomada das obras da Linha 4-Amarela da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), paralisadas há nove meses após rescisão contratual, deve aumentar em pelo menos 54% o custo do empreendimento, que ligará a Luz, no centro, à Vila Sônia, Zona Oeste da capital paulista. Com a licitação feita neste mês pela estatal paulista para concluir o projeto, o valor final da construção de quatro estações, um pátio de trens, um terminal de ônibus e um túnel de 1,5 quilômetro de extensão deve ficar 381,6 milhões de reais mais caro do que o previsto. Os valores são do próprio Metrô, que diz se tratar de acréscimo de serviços.

Até julho de 2015, quando os dois contratos com a empresa Isolux Corsán foram rescindidos por atrasos na execução, o custo seria de 706,9 milhões de reais. Durante a vigência do negócio, o Metrô pagou à empresa 236,9 milhões de reais, 33,7% do total. Das quatro estações previstas, só a Fradique Coutinho foi entregue e entrou em operação em novembro de 2014. As demais estão incompletas. A Higienópolis/Mackenzie foi paralisada com 60% das obras prontas, e a Oscar Freire, com 40%, conforme a companhia.

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Agora, porém, para concluir as obras remanescentes do mesmo projeto, o Metrô deve pagar pelo menos 849,9 milhões de reais a mais. Esse foi o menor valor oferecido na licitação feita no início deste mês pelo consórcio formado pelas empresas Construcap-Copasa-Assignia. O Metrô deve anunciar o vencedor até junho, após analisar as propostas técnicas e as garantias financeiras. Somado ao valor que já foi pago pelo trecho executado, o custo da extensão da Linha 4 chegará a 1,08 bilhão de reais. E pode ser ainda maior, caso a companhia desclassifique a proposta mais barata.

No melhor cenário, o Metrô pagará ao consórcio que vai concluir as obras iniciadas e parcialmente executadas 20,3% a mais do que pagaria por toda a construção no contrato anterior. “Soa muito estranho você pagar mais para fazer uma obra que já foi iniciada, com estações concluídas ou parcialmente concluídas, do que para uma obra que começa do zero. A pergunta que precisa ser respondida é se o valor do primeiro contrato era muito baixo e, portanto, era inexequível, ou se o novo valor está acima do custo real”, afirma o engenheiro Horácio Augusto Figueira, consultor em engenharia de transportes.

Segundo o Metrô, a Isolux Corsán ofereceu um desconto de 40,7% na primeira licitação, em 2011, em relação ao orçamento feito pela companhia para executar toda obra, de 942,9 milhões de reais à época, e 1,16 bilhão de reais em valores atuais corrigidos pela inflação e considerando os aditivos assinados nos últimos quatro anos. Agora, afirma a estatal, o orçamento era de 1,28 bilhão de reais. Além da Construcap, outros nove consórcios apresentaram proposta para a conclusão da Linha 4, que variam entre 863,9 milhões de reais e 1,32 bilhão de reais.

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A chamada segunda fase da Linha 4-Amarela, que contempla a construção de quatro estações e a extensão da linha até a Vila Sônia, foi prometida pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) para ficar pronta em 2014, mas uma série de atrasos comprometeu o cronograma. A situação ficou mais grave em novembro de 2014, quando parte dos trabalhos chegou a parar.

No início de 2015, Alckmin ameaçou rescindir os contratos. Posteriormente, em abril, o Metrô liberou mais 20 milhões de reais para a obra, mas não evitou a paralisação e rescisão do negócio. A Corsán acusou a companhia de atraso e falha em projetos. Ambos brigam na Justiça.

Agora, o Metrô espera concluir a nova licitação nas próximas semanas e retomar as obras neste semestre. Segundo a companhia, o contrato a ser assinado prevê que a Estação Higienópolis-Mackenzie seja concluída em doze meses; a Oscar Freire, em quinze meses; a São Paulo-Morumbi em dezoito meses e a Vila Sônia, em 36 meses. Quando essa fase for concluída, a Linha 4 terá 14,3 quilômetros e onze estações. Atualmente, funciona com 8,9 quilômetros e sete estações.

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(Com Estadão Conteúdo)

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