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Sob risco de ir para Catanduvas, ex-diretor da Petrobras desiste de denunciar ameaças e fica na PF

Justiça Federal nega transferência de Paulo Roberto Costa para unidade federal. Ex-diretor da Petrobras havia declarado à Justiça que "se acertou com policial" e não tem interesse na investigação das supostas ameaças

Por Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
8 Maio 2014, 16h45

Sob risco de ser transferido para a Penitenciária Federal de Catanduvas, de segurança máxima, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa voltou atrás em denúncias de que teria sido ameaçado na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Em declaração apresentada à Justiça pelos seus advogados, Costa diz que não teria interesse no prosseguimento de investigações sobre supostas ameaças feitas por um agente. O recuo dele ocorreu depois que o Ministério Público Federal deu parecer favorável à transferência do ex-diretor para Catanduvas. Nesta quinta-feira, o juiz federal Sérgio Moro rejeitou a transferência dele para o presídio federal. A transferência dos doleiros Alberto Youssef e Carlos Habib Chater para Catanduvas também foi rejeitada. Youssef também vai permanecer na PF e Chater vai ser transferido para o sistema prisional estadual do Paraná.

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Na decisão, o juiz alertou que o destino prisional de Costa pode ser alterado caso apareçam atos de indisciplina ou “incidentes midiáticos despropositados”. “Na carceragem da Polícia Federal, Paulo Costa estará mais seguro. Deverá cumprir as regras do local. Atos de indisciplina ou novos incidentes relacionados ao comportamento inadequado do preso, como a provocação de incidentes midiáticos despropositados (como a divulgação, na mídia e sem comunicação a este Juízo, de bilhete do preso relatando suposta ‘ameaça de transferência ao presídio federal’ por agente da Polícia Federal) levarão este Juízo a rever a presente decisão, com eventual transferência dele ao Presídio Federal, já que o comportamento carcerário do preso é fator que também pode ser levado em consideração para decisão da espécie.Ante o exposto, indefiro o pedido de prisão domiciliar e também a transferência de Paulo Roberto Costa ao Presídio Federal de Catanduvas, sem prejuízo de reavaliação, quanto à transferência ao presídio federal, se o contexto for alterado”, diz o despacho da 13ª Vara Fedaral Criminal do Paraná.

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Costa tinha divulgado, por seus advogados, que foi ameaçado pelo agente Marcos Lassen. Segundo a versão do ex-diretor da estatal, o policial teria dito que ele só arrumaria problemas se insistisse em reclamar que não teve direito a tomar banho de sol e banho higiênico nos fins de semana. Essa reclamação fez com que ele fosse transferido ao Presídio Estadual de Piraquara II, na região metropolitana de Curitiba, onde ficou detido entre os dias 28 de abril e 2 de maio. Teve de voltar para a Polícia Federal, porque a secretária estadual de Justiça do Paraná, Maria Tereza Uille Gomes, alegou que não conseguiria garantir a segurança e a integridade física de um preso como ele e que ele corria risco de sofrer um atentado. Maria Tereza sugeriu que Costa fosse transferido para a Catanduvas. Em entrevista ao site de VEJA nesta quinta-feira, Lassen negou que tenha feito qualquer tipo de ameaça ou represália contra o ex-diretor da Petrobras.

Para superar a desavença, a defesa do ex-diretor declarou à Justiça que ele se encontrou com o agente e “não mais subsiste o clima de animosidade que havia sido criado”. A defesa solicitou que Costa fosse transferido para prisão domiciliar, o que também foi recusado pela 13ª Vara Federal Criminal do Paraná. Procurado, o advogado Fernando Fernandes, que defende Costa, disse que considera superados os supostos problemas do ex-diretor na carceragem da PF.

Costa está preso por suspeita de lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa com Youssef e outros oito comparsas. O ex-diretor da Petrobras foi um dos 42 denunciados que respondem a processo criminal na Justiça devido às investigações da operação Lava-Jato. Documentos apreendidos pela polícia indicam que Costa foi o destinatário de 7,9 milhões de reais em propinas pagas pelo consórcio CNCC, comandado pela construtora Camargo Corrêa. De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, ele atuou junto com Youssef no desvio de recursos de obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

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