Situação se agrava em cidades afetadas por greve de garis
Parados há quatro dias, os trabalhadores de coleta urbana reivindicam 11,73% de aumento salarial. A entidade patronal oferece 7,68%
A greve dos trabalhadores de coleta urbana está “caótica” em algumas cidades, de acordo com uma nota oficial do Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo (Selur). Cerca de 30.000 garis estão parados há quatro dias em 130 cidades do Estado. Entre os municípios mais afetados pela greve estão Diadema, Santo André, São Caetano do Sul, além de Guarulhos e Osasco, na Grande São Paulo.
Em Santo André, no grande ABC, a Polícia Militar fez escolta para que oito caminhões pudessem sair do aterro da cidade para coletar lixo. Os veículos trabalharam sob escolta da Guarda Civil Municipal (GCM). O município produz 650 toneladas de resíduos diariamente, mas só foram coletadas cerca de 138 toneladas, do início da greve até às 16h15 da última quinta-feira. A estimativa, portanto, é que, pelo menos, 2.100 toneladas não tenham sido recolhidas.
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Em Diadema, a prefeitura lançou uma força-tarefa para reduzir os impactos da greve. Durante a manhã de quinta-feira, foram recolhidas 8,4 toneladas de lixo domiciliar. A quantidade, no entanto, é bem inferior à produzida: 230 toneladas por dia.
Moradores protestaram contra a situação na noite de quarta-feira e jogaram sacos de lixo na rua. O material foi recolhido pela manhã. Ainda assim a sujeira continua espalhada pela cidade. “O lixo está em todo lugar”, reclamou a dona de casa Nice Santana, de 47 anos. O taxista Josimar Silva, de 45, trabalha no centro de Diadema e disse que os montes de sacos de lixo ainda estão organizados, mas vêm crescendo a cada dia.
No município de São Caetano do Sul, a prefeitura pediu aos moradores que não coloquem o lixo para fora de casa até o fim da greve.
Os garis reivindicam reajuste salarial de 11,73%, mas a proposta da entidade patronal é de 7,68%. A audiência de reconciliação, feita na última quarta-feira, terminou sem acordo.
Patrões – O Selur acusa sindicatos de trabalhadores de descumprirem a ordem da Justiça para manter em operação 70% da frota de coleta de lixo. O principal problema estaria em São Bernardo do Campo, com piquetes de sindicalistas, afirma o Selur. “Também há ocorrência de agressões, depredação de caminhões e recusa na coleta até dos resíduos hospitalares”, diz nota oficial do sindicato patronal. A Federação dos Trabalhadores em Serviços, Asseio e Conservação Ambiental, Urbana e Áreas Verdes no Estado de São Paulo (Femaco) nega as acusações.
(Com Estadão Conteúdo)