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Sérvia prende Goran Hadzic, o último foragido acusado de crimes de guerra

Por Ho
20 jul 2011, 09h59

A Sérvia prendeu nesta quarta-feira Goran Hadzic, o último foragido buscado pelo Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII), por seu papel durante a guerra da Croácia (1991-1995).

Goran Hadzic foi detido na região de Fruska Gora, 100 km a noroeste de Belgrado, anunciou o presidente sérvio, Boris Tadic.

“Desta maneira, a Sérvia encerra o capítulo mais difícil na cooperação com o Tribunal de Haia”, acrescentou o presidente Tadic. Mais cedo, uma fonte governamental anunciou à AFP que Hadzic havia sido detido e encontrava-se em Belgrado.

Segundo a rede de televisão RTS, Hadzic, de 52 anos, foi preso no monastério ortodoxo de Krusedol, famoso por seus murais.

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Mas a agência Beta sustenta que a detenção ocorreu no povoado de Krusedol, próximo ao monastério.

Sua prisão constitui um “acontecimento memorável” e “aproxima” o TPIY “da conclusão de seu mandato”, assegurou o presidente interino do tribunal, o juiz O-Gon Kwon.

O TPIY acusa Goran Hadzic, foragido desde 2004, de 14 crimes, entre eles crimes contra a humanidade.

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A justiça internacional o acusa por seu suposto envolvimento nos assassinatos de centenas de civis croatas e pela deportação de milhares de croatas e de outros não sérvios durante a guerra da Croácia (1991-1995).

Goran Hadzic foi, durante a guerra, o efêmero “presidente” da “República Sérvia de Krajina”, que representava aproximadamente um terço do território da Croácia.

A guerra da Croácia durou até 1995 e a “República Sérvia de Krajina” foi dissolvida.

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Nascido no dia 7 de setembro de 1958 em Vinkovci (Croácia), Hadzic saiu do anonimato com esta guerra, na qual sempre se manteve fiel ao ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic.

O nome de Goran Hadzic aparece na matança do hospital de Vukovar, em novembro de 1991, na qual as forças sérvias executaram, após torturar, 264 civis croatas e outras pessoas não sérvias que teriam se refugiado no local.

A prisão de Hadzic chega dois meses após a de Ratko Mladic, o ex-chefe militar dos sérvio-bósnios preso no dia 26 de maio em Lazarevo, uma cidade situada 80 km a nordeste de Belgrado. Mladic é acusado de genocídio na guerra da Bósnia (1992-1995).

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Embora Hadzic seja uma personalidade de segundo plano em comparação com Mladic ou inclusive com o ex-chefe político dos sérvio-bósnios Radovan Karadzic, detido em 2008, sua prisão é a última reivindicada pelo Tribunal de Haia.

Agora a Sérvia pode afirmar ter prendido os 44 acusados exigidos pelo TPIY e não hesitará em ressaltar o fato para promover suas aspirações europeias.

Goran Hadzic também encerra a lista dos 161 acusados que o TPIY buscava por seu papel durante as guerras que desmembraram a ex-Iugoslávia durante os anos 1990, como confirmou nesta quarta-feira o procurador do TPIY Serge Brammertz.

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Belgrado espera obter o estatuto de candidato à UE antes do fim do ano, assim como uma data para a abertura de negociações de adesão.

Embora os 27 membros do bloco europeu peçam a Belgrado avanços no diálogo com o Kosovo e a adoção de várias leis, como a de restituição de bens confiscados após a Segunda Guerra Mundial pelo regime de Tito, a Sérvia tem motivos para ser otimista.

De fato, a União Europeia qualificou a prisão de Hadzic de “passo importante” de Belgrado em direção à adesão ao bloco.

A Otan também reagiu. Seu secretário-geral, Anders Fogh Rasmussen, estimou “muito bem-vinda” a prisão de Hadzic, porque permitirá “encerrar o capítulo mais doloroso” da história recente da Europa.

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