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Sérgio Moro: ‘Para encontrar o chefe, siga o dinheiro’

Juiz responsável pela Lava Jato falou em curso no PR. Para ele, criminalização da lavagem evita que político desonesto tenha vantagens sobre os demais

Por Da Redação
3 mar 2015, 08h13

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações decorrentes da Operação Lava Jato em primeira instância, afirmou nesta segunda-feira que um político desonesto tem vantagens que os demais não têm. A afirmação foi feita durante aula inaugural da Escola da Magistratura Federal no Paraná, quando Moro discorria a respeito da importância da criminalização da lavagem de dinheiro. O juiz falou por pouco mais de uma hora, e não citou a Lava Jato.

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Segundo o magistrado, é importante que se crie uma barreira para tentar isolar o dinheiro sujo, justamente em decorrência do poder econômico resultante do crime. “O poder do dinheiro de origem criminosa, do dinheiro sujo, em uma economia não pode ser subdimensionado”, ponderou. “Uma empresa que na prática de sua atividade se valha de recursos obtidos por meios criminosos vai ter, dentro do mercado econômico cada vez mais competitivo, vantagens que as empresas que atuam de maneira limpa não vão ter”, afirmou.

O mesmo, explicou, se dá na seara política. “Dentro de um regime democrático, um agente político tem que ganhar apoio para suas ideias e, como numa democracia de massas se faz necessário grandes dispêndios para transmitir essas ideias, também um político desonesto tem vantagens que um político honesto normalmente não tem, porque pode se valer de dinheiro de origem criminosa”, afirmou o magistrado. Logo, segundo Moro, é importante que o chefe do esquema permaneça “sentado sobre o dinheiro sujo” – ou seja, cabe à Justiça diminuir as chances de êxito dos que se utilizam de dinheiro de origem criminosa.

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O magistrado afirmou ainda que para chegar aos chefes dos esquemas criminosos é preciso “seguir o dinheiro”. “Não é o chefe quem suja as mãos. Ele é último beneficiário da atividade criminosa. O dinheiro certamente vai chegar a quem tem controle sobre o grupo criminoso”, afirmou o juiz. Moro citou a expressão americana “follow de money”, ou siga o dinheiro. Segundo o magistrado, a criminalização da lavagem facilita a responsabilização criminal daqueles que exercem funções de comando. “Siga o dinheiro e você descobre quem é o chefe”, afirmou.

Moro tratou ainda do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal, ao explicar as diferenças entre as acusações pelo crime de lavagem contra o ex-deputado João Paulo Cunha e o ex-presidente do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. O primeiro acabou absolvido da acusação, tendo sido condenado por peculato e corrupção. “A propina nesse caso, foi paga com dinheiro sujo”, salientou.

(Da redação)

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