Sérgio Cabral ameaça não apoiar reeleição de Dilma
Em jantar do PMDB, governador do Rio afirma a Michel Temer que, caso o PT insista na candidatura de Lindbergh Farias para o governo do estado, não vai tolerar palanque duplo
Diante da insistência do senador Lindbergh Farias de disputar o governo do estado do Rio pelo PT, o governador Sérgio Cabral (PMDB) lançou, em encontro com governadores do partido e o vice-presidente Michel Temer, sua ofensiva mais clara até o momento em direção à presidente Dilma Rousseff. Enumerando razões para cobrar o apoio da presidente e do PT ao vice-governador Luiz Fernando Pezão para a disputa no Rio em 2014, Cabral afirmou que seu grupo político não apoiará a reeleição de Dilma. Segundo Cabral, o “grau de lealdade” construído pelas sucessivas parcerias no Rio e em nível nacional não permite a existência de dois palanques no estado.
Tema em foco: Eleições Rio 2014
Para tornar o recado mais enfático, Cabral lembrou sua relação de proximidade com o senador tucano Aécio Neves, que trabalha para consolidar sua candidatura à presidência pelo PSDB. O sinal, no entanto, é visto mais como ameaça do que como possibilidade real pelo PSDB fluminense.
A pressão do governador Fluminense teve tons de mágoa pessoal. Sérgio Cabral lembrou que não vacilou no apoio a Dilma mesmo quando a então candidata adoeceu, e surgiram boatos de que poderia ser substituída pelo PT, na missão de suceder Luiz Inácio Lula da Silva. Citou também o que ele chamou, à época, de “plano D”, numa referência ao nome da presidente. E, por fim, destacou o fato de ter o “direito de escolher um sucessor”, assim como fez Lula.
A ofensiva de Cabral foi a mais notada diante de uma fieira de insatisfações do PMDB com Dilma, agravadas desde o confronto de peemedebistas com o governo na votação da MP dos Portos na câmara.