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Sem prefeito e sem dinheiro, Teresópolis vai enfrentar temporais ainda em reconstrução

Câmara de Vereadores cassa mandato de Jorge Mario Sedlack após denúncias de desvio de verbas das chuvas. Presidente da Casa, que assumiu o governo interinamente, convive com rombo no orçamento

Por Rafael Lemos
2 nov 2011, 14h52

O vereador Arlei de Oliveira Rosa (PMDB) chegou à prefeitura de Teresópolis por um caminho improvável e tortuoso. Denúncias de desvios de verba levaram ao afastamento do prefeito Jorge Mario Sedlack (ex-PT e, agora, sem legenda), que teve o mandato cassado por unanimidade, na noite de terça-feira, na Câmara de Vereadores. O vice-prefeito Roberto Pinto chegou a assumir, mas morreu de infarto apenas dois dias após sua posse. Enquanto o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) decide como será a escolha do novo prefeito, recai sobre Arlei a missão de liderar a reconstrução do município, que teve 392 mortos, 42 pontes destruídas e acumula um rombo de 30 milhões de reais orçamento desse ano.

Apesar do tamanho do desafio, já é grande a lista de pré-candidatos ao cargo de prefeito – incluindo o próprio Arlei. “A cassação era algo esperado. Os vereadores atenderam à vontade popular. Agora, temos que aguardar a posição do TRE. Eu sou um dos pré-candidatos. Existem muitos outros, mas, por enquanto, é tudo especulação”, afirma o atual prefeito.

O Ministério da Integração Nacional enviou 100 milhões de reais ao governo do estado, que repassou 7 milhões de reais à prefeitura de Teresópolis. Desse montante, a gestão de Jorge Mario sacou aproxidamente 6 milhões de reais. O valor restante encontra-se bloqueado desde a descoberta das irregularidades. De qualquer forma, com a paralisação dos trabalhos das empresas supostamente beneficadas pelo esquema, a prefeitura foi obrigada a alugar máquinas e equipamentos para desobstruir e asfaltar vias nas áreas afetadas. Esses gastos contribuíram para agravar ainda mais a situação das contas do município.

“Acabamos de comprar seis caminhões, uma escavadeira hidráulica, uma motoniveladora e duas retroescavadeiras. Com esses equipamentos, vamos economizar 150 mil reais por mês. Também contamos com a ajuda do governo do estado, que já dragou vários rios”, conta o prefeito.

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Mais grave do que o impacto que causou nas contas públicas, a corrupção foi responsável por um gigantesco atraso do processo de recuperação de Teresópolis com vistas às chuvas do próximo verão. Segundo o prefeito, 12 das 42 pontes destruídas começam a ser reconstruídas nos próximos dias. Além disso, a Defesa Civil está instalando um sistema de alerta de sirenes. O fato é que as medidas são tímidas e o tempo é escasso. Por enquanto, a única certeza é a de que a população de Teresópolis precisa torcer para que chova pouco no próximo mês de janeiro.

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