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Sem obra, represa em SP perde 35% de sua capacidade

Taiaçupeba, que comportaria 46,9 bi de litros, há três anos espera para ser inundada. Sistema Alto Tietê ganharia 9% em volume de água disponível

Por Da Redação
24 ago 2014, 11h16

A Represa Taiaçupeba, em Suzano, na Grande São Paulo, previa uma expansão há três anos. Na ocasião, famílias chegaram a ser retiradas das margens para que uma área maior pudesse ser inundada. Mas Taiaçupeba ainda opera com menos 35% da capacidade de armazenamento. A área onde cabem 46,9 bilhões de litros adicionais para a produção de água do Sistema Alto Tietê está tomada de mato e cortada por uma estrada. Se o reservatório tivesse sido inundado desde 2011, o sistema – segundo maior manancial que abastece a Grande S��o Paulo – poderia estar hoje com um volume disponível 9% maior.

“Se esses braços da Taiaçupeba tivessem sido inundados lá atrás, certamente nós estaríamos hoje em uma situação melhor. Talvez não precisássemos usar o volume morto do manancial”, afirma o engenheiro José Roberto Kachel, ex-funcionário da Sabesp e integrante do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê. Segundo ele, o volume útil do sistema, que também enfrenta crise de estiagem, pode zerar em cerca de cem dias, caso não volte a chover.

Capacidade – Na sexta-feira, o Alto Tietê estava com 17,3% da capacidade, a mais baixa da história. Isso significa que restam hoje, nas cinco represas do manancial, cerca de 90 bilhões de litros. Se a Taiaçupeba, segundo maior reservatório do sistema, estivesse operando com capacidade máxima, o volume poderia ser de 137 bilhões de litros, ou 26,3% da capacidade total do Alto Tietê, que só fica atrás do Sistema Cantareira em volume armazenável.

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O impasse envolvendo o enchimento total da Represa Taiaçupeba já dura mais de 30 anos. A inundação deveria ter ocorrido no fim dos anos 1970, pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), mas o processo ficou suspenso porque a empresa de papelão Manikraft entrou na Justiça contra a desapropriação de sua fábrica no local. Em 1992, a Taiaçupeba começou a operar parcialmente, com a capacidade que tem hoje, de 85,2 bilhões de litros.

O litígio só foi resolvido em junho de 2008 e a Manikraft deixou o local. A partir daí, o impasse passou a ser a remoção de 741 famílias que moravam na área. O processo começou em 2009, organizado pelo DAEE, pela Sabesp, pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), todos do governo paulista, e pela prefeitura de Suzano. Em um informativo da época, o governo afirma que, sem o enchimento total da Taiaçupeba, “cerca de 3 milhões de pessoas poderão sofrer com racionamento”.

Transbordo – Segundo moradores, as famílias foram retiradas em 2010. Em abril daquele ano, as represas transbordaram, e o sistema superou 100%. A Sabesp afirma que o processo terminou em abril de 2011. À época, o Alto Tietê estava com 81,8% da capacidade. Agora, com nível baixo, a companhia planeja retirar cerca de 25 bilhões de litros do volume morto das Represas Jundiaí e Biritiba.

(Com Estadão Conteúdo)

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