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Se Dilma Rousseff mantiver a coerência, demitirá Pimentel

Consultoria do Ministro do Desenvolvimento fechou contrato com empresa que ganharia licitação milionária com prefeitura de Belo Horizonte

Por Da Redação
7 dez 2011, 12h31

Se a presidente Dilma Rousseff mantiver a coerência, Fernando Pimentel tem os dias contados no cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O petista fez fortuna com uma consultoria, a P-21, depois de deixar a prefeitura de Belo Horizonte, em 2009, e antes de assumir o ministério, em 2011. Entre os negócios obscuros da consultoria estão contratos com empresas que em seguida ganharam contratos milionários com a prefeitura da capital mineira, comandada por Márcio Lacerda (PSB), aliado de Pimentel. A situação lembra em muito a protagonizada pelo ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci. Em maio, veio à tona um espantoso aumento patrimonial de Palocci, de 25 vezes em quatro anos. Tudo advindo de uma empresa de consultoria. Dilma a princípio demonstrou confiança no auxiliar, mas, após 24 dias sem ouvir uma explicação convincente, decidiu demiti-lo. Palocci foi o primeiro de sete ministros defenestrados do governo desde o início do mandato da presidente. A peculiaridade das “consultorias”, assim, entre aspas, montadas por políticos, foi escancarada na terça-feira por um aliado dos petistas, o ex-deputado federal Ciro Gomes (PSB). “Pimentel cometeu um erro: foi querer ganhar dinheiro. Escritório de consultoria é tráfico de influência.” Ele tem razão. Tanto que Palocci e Pimentel recusam-se a tornar públicos os nomes dos clientes e detalhes sobre os serviços que prestaram como consultores. Outra frase reveladora veio de uma tentativa de defesa de Pimentel, conforme informou a coluna Radar on-line. O presidente da Confederação Nacional na Indústria (CNI), Robson Andrade, comandava a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) na época em que a entidade fechou contrato de 1 milhão de reais com a consultoria do ministro. “Quanto vale um dia de conversa com a pessoa que tem conhecimento estratégico sobre como trabalhar com o governo?”, disse Andrade. De fato, custa caro. Cerco – A oposição já começa a fechar o cerco a Pimentel. Os líderes do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira, e no Senado, Alvaro Dias, tentarão aprovar nesta quarta-feira requerimentos para que o ministro preste esclarecimentos sobre os serviços de consultoria. O PPS protocolou um pedido de explicações ao ministro sobre os contratos de sua empresa. A orientação de Dilma Rousseff é para que Pimentel se explique onde for solicitado. Assim, o governo quer evitar repetir o erro da época de Palocci, quando se adotou a estratégia do silêncio para blindar o ministro. Somente após vinte dias de crise Palocci resolveu falar, em entrevista à TV Globo. As explicações foram insuficientes e tardias. Negócios – Reportagem de O Globo mostrou que a empresa de Pimentel e do sócio do petista, o atual assessor especial da prefeitura de Belo Horizonte Otílio Prado, faturou 2 milhões de reais entre 2009 e 2010 em serviços de consultoria. Do total, 514 mil reais foram pagos pela Convap, uma empresa de engenharia que venceria, meses depois, duas licitações da prefeitura de Belo Horizonte, comandada por um aliado de Pimentel, Márcio Lacerda (PSB), no valor de 95,3 milhões de reais. A empresa de Pimentel, a P-21, fechou ainda contrato no valor de 1 milhão de reais com a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), em 2009, para consultoria econômica e em sustentabilidade. Outro contrato de Pimentel foi assinado com a QA Consulting, no valor de 400 mil reais, em fevereiro de 2011, para consultoria econômica. Na edição desta quarta-feira, O Globo informa que o ex-sócio de Pimentel, Otílio Prado, continua na prefeitura de Belo Horizonte, em cargo de assessor especial do gabinete de Márcio Lacerda e com salário de 8,8 mil reais mensais.

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