Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

São Paulo poderia ter poupado R$ 360 mi por ano com ônibus

Valor é maior do que a diferença entre o subsídio deste ano, de 1,7 bi de reais, e o orçado para 2015, de 1,4 bi de reais para manter a tarifa em 3 reais

Por Da Redação
18 dez 2014, 07h30

O resultado final da auditoria da Ernst&Young nas contas do sistema de ônibus de São Paulo, divulgado na quarta-feira, mostra que a prefeitura poderia ter poupado cerca de 360 milhões de reais por ano. A economia seria possível com a redução de custos do transporte público da capital, como preços mais baixos de óleo diesel, pneus e mão de obra. A estimativa foi calculada pela São Paulo Transporte (SPTrans) com base na auditoria.

Leia também:

Tarifa de ônibus deve subir em São Paulo só para quem paga em dinheiro

O valor é maior do que a diferença entre o subsídio deste ano, de 1,7 bilhão de reais, e o orçado para 2015, de 1,4 bilhão de reais, para manter a tarifa em 3 reais. De acordo com a SPTrans, os recursos poderiam ser economizados se, no contrato assinado em 2003 com concessionárias e permissionárias, o preço do diesel não tivesse sido atrelado ao valor médio da Agência Nacional do Petróleo (ANP). A auditoria notou que as empresas conseguem descontos e pagam abaixo do preço médio.

O secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, afirmou que a criação de sociedades de propósito específico (SPEs) pelas empresas de ônibus poderá reduzir ainda mais o custo do combustível. “É uma junção de várias empresas e se em ganha escala. Em vez de cada uma comprar 500 barris de diesel, podem negociar juntas 2 mil barris, reduzindo custos.”A Ernst&Young também sugere a criação de sociedades. A SPTrans já estuda adotar, na próxima licitação, que deverá ser realizada no próximo ano, um redutor porcentual sobre o valor médio do diesel calculado pela ANP. Também foi proposto pelos auditores o pagamento por uma média de 2,55 funcionários por ônibus, em vez dos 2,73 atuais. A auditoria revela que, desde 2008, paga-se mais do que o previsto em contrato para as empresas e cooperativas por passageiro transportado.

Continua após a publicidade

Leia também:

Prefeitura de São Paulo estuda fim de cooperativas de lotações

Prefeitura paga R$ 369 mi por saídas de ônibus não realizadas

Em São Paulo, ônibus têm idade e lotação acima da média

Continua após a publicidade

A apuração mostra também que, entre 2003 e 2013, os operadores movimentaram receita de 41,8 bilhões de reais – 28,3 bilhões de reais foram para concessionárias e 13,5 bilhões de reais para cooperativas. Mais de 99% do montante corresponde justamente ao que os operadores ganharam pela quantidade de passageiros que embarcaram nos veículos. O maior faturamento das empresas foi do Consórcio Sete, com 5,3 bilhões de reais, e, entre as cooperativas, foi da Transcooper, com 2,6 bilhões de reais.

O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) informou que “todas as empresas têm seus dados contábeis e fiscais permanentemente verificados por empresas de auditoria independentes”. Além disso, afirmou que “os resultados econômicos auferidos pelas empresas, especialmente o lucro real, também estão perfeitamente compatíveis com as regras do contrato vigente”. E negou a existência de “caixa-preta”.

O coordenador jurídico da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp), Paulo Vieira, disse que a planilha de custos das empresas é “muito mais cara” do que a das cooperativas. “A cooperativa distribui renda. Se elas tiverem de virar empresas, vão ter de transformar todos os cooperados em funcionários, e eles vão receber um salário muito menor do que hoje. Isso vai ser repassado para o processo licitatório, o que vai levar ao aumento da tarifa ou do subsídio.”

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.