Sabesp terá que reduzir em 10% água que sai do Cantareira
Nova vazão máxima prevê a diminuição de 2.400 litros de água por segundo para a Grande São Paulo. Redução não deve impactar abastecimento
Em resolução conjunta, a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (Daee) determinaram que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) terá reduzir a partir dessa quinta-feira em 9,7% o volume de água que retira do Sistema Cantareira. O volume máximo de retirada para abastecer a Grande São Paulo foi reduzido de 24,8 metros cúbicos por segundo para 22,4. O Cantareira é responsável por abastecer oito milhões de pessoas na Grande São Paulo.
A nova regra vale até 15 de maio, quando a Sabesp pretende iniciar a captação de água do chamado volume morto – reserva profunda represada abaixo do nível das comportas – nas Represas Jaguari-Jacareí, na região de Bragança Paulista, que estão com apenas 3,1% da capacidade. O nível do Sistema Cantareira nesta quinta é de 10,7%, o mais baixo da história.
Segundo o Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão do Sistema Cantareira, o volume útil do Cantareira deverá se esgotar no início de julho. A pior situação é do reservatório Jaguari-Jacareí que está com apenas 3,7% da capacidade útil e deverá atingir o volume mínimo ainda durante o mês de maio.
De acordo com o comitê anticrise, que monitora a seca do Cantareira, a Sabesp retirou, na média, 21.000 litros por segundo do sistema no mês passado. Na estação elevatória em Paiva Castro, a retirada foi de 24,8 mil litros. Antes da crise, a média era de 31.000 litros por segundo.
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Os números mostram que, na prática, a diminuição de 20% da vazão não deve impactar ainda mais o abastecimento da Grande São Paulo, ao contrário do que aconteceu depois da redução anunciada no início de março pelos órgãos reguladores. Na ocasião, a Sabesp teve de reduzir de 31.000 litros para 27.900 litros a retirada de água do manancial e, por isso, decidiu cortar em 15% o volume de água para as cidades de São Caetano e Guarulhos, que são atendidas pelo Cantareira. Guarulhos acabou decretando racionamento oficial de água.
Retirada – Segundo a presidente da Sabesp, Dilma Pena, a companhia já reduziu em 6.000 litros por segundo o volume de água retirado do Cantareira desde o início da crise, em janeiro. Nesse período, a Sabesp adotou o desconto para quem economiza água, iniciou o remanejamento dos Sistemas Guarapiranga e Alto Tietê para áreas do Cantareira e reduziu a pressão da água na distribuição noturna.
(Com Agência Brasil)