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Sabesp raciona água durante a madrugada

Documento da Prefeitura de São Paulo aponta que pressão da água é reduzida na madrugada. Bairros mais altos ficam desabastecidos entre 0h e 5h

Por Da Redação
16 abr 2014, 08h46

Um documento interno da Prefeitura de São Paulo, distribuído na terça-feira a gestores municipais, relata que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou ao Comitê Gestor dos Serviços de Água e Esgoto da capital que está reduzindo em 75% a pressão da água fornecida na cidade entre meia-noite e cinco horas da manhã. A medida, segundo especialistas, indica que o racionamento de água já está em curso na madrugada. A Sabesp nega a prática.

O ofício é assinado pelo secretário municipal de Governo, Francisco Macena, com a data de terça-feira. Segundo o documento, o comitê gestor que acompanha o contrato de concessão do serviço de saneamento da capital foi informado pela Sabesp de que a pressão da água na rede de distribuição da cidade está sendo reduzida de madrugada de aproximadamente quarenta metros de coluna d’água para dez metros de coluna d’água.

“Na prática, essa redução deixa a água sem força suficiente para atingir alturas maiores do que dez metros. Ou seja, acima dessa altura os reservatórios e as regiões mais altas da cidade podem apresentar dificuldades no abastecimento. Esse racionamento exige que a gestão pública municipal fique atenta ao impacto gerado na rede para não haver prejuízo dos serviços”, diz o ofício. Procurada, a Prefeitura informou que não comentaria o teor do documento.

O índice mede a pressão da água na rede a partir dos reservatórios de distribuição. Quanto menor o índice, menor o alcance da água. “A redução da pressão ajuda a diminuir a quantidade de perda de água por vazamento. A consequência disso é que, em lugares mais altos, a água pode ter dificuldade de subir pela tubulação, prejudicando o abastecimento. Não deixa de ser uma forma racionamento”, explica o engenheiro Kurt Amann.

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Segundo Rubem Porto, especialista em recursos hídricos, além da redução dos vazamentos, a medida faz com que reservatórios, de casas ou de distribuição pública, “não recebam água se estiverem a mais de dez metros de altura”. Ele diz que, nesses casos, “uma pessoa que não tem caixa d’água e mora em uma zona alta da cidade não vai conseguir tomar um banho durante a madrugada”.

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Porto acredita que a prática é a forma menos prejudicial de se economizar água em tempos de crise. “Racionamento é uma palavra que perdeu o sentido. Está se tomando uma providência que automaticamente se reduza o consumo. Isso é feito à noite, porque é um horário em que a população é menos prejudicada. A Sabesp tem de alguma forma reduzir o consumo de água com o menor prejuízo possível para a população”, afirma.

Queixas – Os casos de falta d’água na capital começaram a se intensificar em fevereiro, logo após a Sabesp tornar público que o Sistema Cantareira, que abastece 47% da Grande São Paulo e parte da capital, estava em crise.

Os primeiros bairros a sofrer com o corte foram os da zona norte, que são abastecidos pelo Cantareira. Nas últimas semanas, porém, as reclamações se estenderam para regiões abastecidas pelos Sistemas Alto Tietê e Guarapiranga.

(Com Estadão Conteúdo)

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