Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Sabesp admite baixa pressão da água durante a noite

Companhia continua negando racionamento. Número de pessoas que economizam água diminuiu. Ao menos 25% dos paulistas aumentaram gastos

Por Da Redação
9 out 2014, 10h08

A presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Dilma Pena, disse na quarta-feira que a redução da pressão noturna da água na rede de distribuição “atinge 2% da população” da Grande São Paulo. O porcentual seria equivalente a 400.000 habitantes. Em audiência na Câmara Municipal, a presidente da Sabesp voltou a negar a prática de racionamento nas cidades operadas pela empresa – são 373 no Estado, incluindo a capital.

“Não há racionamento de água no Estado de São Paulo. Todas as redes estão pressurizadas em tempo integral”, afirmou Dilma em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o contrato da companhia com a Prefeitura e os casos de falta d�água na capital. Dilma admitiu que “existe, sim, uma diminuição da pressão noturna que atinge, em média 1% ou 2% da população. Quando a maioria das pessoas está em repouso, não tem por que as redes ficarem pressurizadas como ficam durante o dia, às 14 horas, ao meio-dia”.

Para alguns especialistas, a redução da pressão no período noturno significa racionamento. A medida tem provocado falta de �água em algumas regiões da cidade entre 22 horas e 6 horas do dia seguinte. Segundo a Sabesp, essa prática é adotada desde 2007 e foi intensificada neste ano com objetivo de reduzir as perdas de água por vazamento na rede de distribuição durante a crise de estiagem.

“Não existe racionamento. Existem, sim, não nego, falta de água pontual em áreas muito altas, muito longe dos reservatórios setoriais de abastecimento ou em residências onde moram muitas pessoas e a capacidade de reservação é muito pequena”, afirmou Dilma. Segundo ela, o racionamento é a medida mais “simplória” para se tomar diante de uma crise de seca nos mananciais, mas a empresa preferiu não adotá-lo porque penalizaria os mais pobres, que não têm grandes caixas d’�água.

Vereadores da CPI, contudo, discordam da presidente da Sabesp. “Não nos interessa a terminologia que se usa, o que interessa é que falta água na cidade de São Paulo. Isso é fato”, disse o vereador Laércio Benko (PHS), presidente da comissão.

‘Mentira’ – Para José Eduardo Ismael Lutti, promotor do Meio Ambiente, a afirmação de que a redução da pressão noturna atinge 2% da população “é mentira”. “É muito mais. A região Leste da capital (tem racionamento). Tirando o Alto da Lapa, (na Zona Oeste) o City Lapa, Vila Leopoldina, Vila Hamburguesa, até perto de Pinheiros, todas as noites não tem água. E não é para condomínio que tem caixa lá em cima. É para casas, sobrados”, disse Lutti.

Continua após a publicidade

Leia também:

Sabesp diz que vazão do Cantareira será reduzida

Chuvas devem voltar ao Sudeste após 15 de outubro

Cantareira segue em queda e chega a 6,7%, diz Sabesp

Corte de água atinge ruas dos Jardins; Sabesp nega

Volume morto – Questionada sobre a possibilidade de proibição de uso da segunda cota do volume morto do Sistema Cantareira solicitada em ação judicial pelo Ministério Público, a presidente da companhia afirmou que há “convicção de que teremos essa autorização” e não respondeu se há outra alternativa para manter o abastecimento. Segundo ela, os cerca de 50 bilhões de litros que restam da primeira cota da reserva profunda dos reservatórios são “suficientes para até meados de novembro”, caso não chova, e que, se a crise de estiagem no manancial se repetir como no último verão, a água da segunda reserva – de 106 bilhões de litros – dura “até março ou meados de abril”. O uso dessa nova parcela do volume morto ainda não foi autorizado pelos órgãos reguladores do sistema.

A crise da estiagem se agrava rapidamente no Estado. Entretanto, a adesão da população ao programa de bônus para economia de água na Grande São Paulo caiu no mês de setembro, segundo dados divulgados esta semana pela Sabesp. Apesar do agravamento da crise de estiagem, 25% dos clientes da empresa aumentaram o consumo de água no mês passado – ante 24% em agosto. De acordo com o levantamento, 49% dos clientes atingiram a meta de redução de 20% do consumo e ganharam o desconto de 30% na conta, enquanto 26% reduziram os gastos, mas abaixo do bônus. Essa redução levou a uma economia de 3.600 litros por segundo em setembro – 300 litros por segundo a menos do que em agosto.

Para Dilma, os números são motivo para comemorar. “Nós temos o que comemorar. A população entendeu a crise e aderiu ao bônus, mudando de atitude de forma exemplar”, afirmou. Desde o lançamento do programa de bônus, em fevereiro, para a região do Cantareira, o mês de maio foi o que registrou a maior adesão, de 90% da população, e junho, o de maior economia efetiva, de 2.700 litros por segundo. No mês passado, a adesão na área do Cantareira foi de 76% e a economia, de 2.500 litros por segundo.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

O Brasil está mudando. O tempo todo.

Acompanhe por VEJA.

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.