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Russomanno falta a mais um debate, o da Igreja Católica

Candidato do PRB, líder nas pesquisas, condicionou participação a uma reunião prévia com o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer

Por Da Redação
20 set 2012, 09h50

A Arquidiocese de São Paulo realiza nesta quinta-feira debate entre candidatos a prefeito de São Paulo sem a presença do líder nas pesquisas de intenção de voto, Celso Russomanno (PRB). Após reunião nesta quarta-feira, a coordenação da campanha do candidato resolveu que Russomanno não deve comparecer ao evento com religiosos, já que o arcebispo metropolitano, d. Odilo Scherer, não aceitou recebê-lo antes do encontro. Esse é o segundo debate do qual Russomanno se recusa a participar. O primeiro foi um evento promovido pelo jornal Folha de S.Paulo, na semana passada.

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A campanha de Russomanno havia colocado como condição para ele participar do debate uma reunião prévia entre o candidato e o cardeal, como forma de desfazer o que chamaram de “mal-entendido” com a Igreja Católica. Na semana passada, a Arquidiocese emitiu uma “nota de repúdio” contra o presidente do PRB e coordenador da campanha de Russomanno, Marcos Pereira, bispo licenciado da Igreja Universal, na qual o acusou de “fomentar a discórdia” em texto postado em seu blog, em 2011.

No texto, Pereira disse que a Igreja Católica teria participação na iniciativa do Ministério da Educação de distribuir material de combate à homofobia nas escolas, chamado de “kit gay” por entidades contrárias à medida. No domingo, foi a vez de d. Odilo assinar uma nota, chamada “Política, com ofensas à Igreja, não!”. O texto foi lido nas missas, com novas críticas a Pereira.

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“Recebemos uma resposta totalmente vazia, que nada colaborou para esclarecer devidamente os fatos e me deixou a impressão de que ele (d. Odilo) não tinha e não tem a menor vontade de ouvir o nosso lado”, disse o presidente do Conselho Político da campanha de Russomanno, Campos Machado (PTB). O arcebispo enviou uma nota à campanha de Russomanno na terça-feira dizendo que, por motivos de agenda, só poderia marcar um encontro nos próximos dias.

Questionado na quarta-feira se iria ao debate, Russomanno disse que a decisão seria tomada pelo comando de sua campanha. “Minha equipe é que vai decidir se vou ou não”, afirmou, depois de assinar uma carta de compromisso do Programa Cidades Sustentáveis, na zona oeste da capital.

O candidato desviou do assunto quando foi instado a falar sobre as consequências de sua ausência no debate. “Não tenho o que falar sobre isso. Agora vamos falar de São Paulo?” Russomanno é católico, mas os principais dirigentes do seu partido são ligados à Igreja Universal. O candidato tem dito que a campanha eleitoral não deve promover em São Paulo uma “guerra santa”.

Rafael Alberto, secretário de Comunicação da Arquidiocese e integrante do grupo organizador do colóquio, lamentou a decisão de Russomanno. “Os eleitores vão perder a oportunidade de conhecer as propostas do candidato.” À noite, a Arquidiocese soltou nota na qual disse lamentar “profundamente” o fato de Russomanno “ter condicionado sua participação no colóquio à concessão de audiência prévia”. “A solicitação da audiência para o candidato do PRB, para tratar de assunto específico, está sendo analisada e poderá ser atendida em momento oportuno”, diz a nota.

Sem Russomanno, o encontro desta quinta-feira será realizado com os candidatos José Serra (PSDB), Fernando Haddad (PT), Gabriel Chalita (PMDB) e Soninha Francine (PPS).

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Apoio divino – Pastores da Assembleia de Deus prometeram votos de fiéis de cem congregações evangélicas para José Serra. O tucano participou de um culto do Ministério do Belém em São Mateus, na zona leste, na última sexta-feira, e ouviu um pedido de líderes religiosos para que “Deus ilumine os corações para votar” no candidato.

“Temos cem congregações que votarão no senhor”, disse o pastor Severino Pedro da Silva. “Que Deus lhe dê muita saúde e, como eu falei no início, Deus ilumine os corações para votar neste grande homem”, pediu, ao fim do culto.

A participação de Serra na cerimônia não foi divulgada pelo candidato, mas foi gravada e publicada na internet por um site evangélico.

No culto, o tucano relacionou indiretamente o líder nas pesquisas, Celso Russomanno (PRB), à Igreja Universal. Os principais dirigentes do PRB são ligados à denominação evangélica. “Eu não tenho trabalho organizado. Outros candidatos têm no partido ou numa igreja, no caso da Universal”, disse Serra aos fiéis.

A legislação eleitoral proíbe a realização de campanha dentro de templos religiosos, que são considerados bens públicos. A multa varia de 2 000 reais a 8 000 reais.

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(Com Agência Estado)

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