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Roubos na USP cresceram 220% em 4 anos

Entre 2010 e 2014, o total de ocorrências subiu de 25 para oitenta; segundo superintendente, convênio entre USP e PM não resolveu o problema

Por Da Redação
2 out 2014, 11h59

Apesar do convênio estabelecido entre a Universidade de São Paulo (USP) e a Polícia Militar, o número de roubos no câmpus Butantã cresceu 220% entre os oito primeiros meses de 2010 e o mesmo período deste ano, segundo a reitoria. O total de ocorrências aumentou de 25 para oitenta. O trabalho da corporação na Cidade Universitária, iniciado em setembro de 2011, é alvo de críticas internas. O setor responsável pela segurança da USP admite falhas e a necessidade de rever estratégias de prevenção.

Nas últimas semanas, a crise de violência na USP se agravou com o desaparecimento e morte do estudante Victor Hugo Santos em uma festa promovida pelo grêmio da Escola Politécnica. No último domingo, uma atleta foi assaltada e agredida em frente à raia olímpica do câmpus, na Zona Oeste. No balanço anual, o total de ocorrências também subiu. Entre 2010, ano anterior ao convênio, e 2013, a alta foi de quase 106%.

Além dessas ocorrências, que consideram roubos a pessoas e de veículos, a USP registrou seis sequestros ou sequestros relâmpagos em 2014. No ano passado, não houve registros desse tipo, mas em 2010 foram três. As estatísticas não levam em consideração os furtos. Os dados podem ser ainda piores pela falta de comunicação entre PM e USP no registro dos casos.

“Os dados mostram que esse convênio não resolveu o problema de segurança no câmpus”, reconhece a superintende de Proteção e Prevenção Universitária, Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer. Há seis meses no cargo, a professora substituiu um coronel da reserva, colocado à frente da segurança na USP pela gestão passada.

O convênio foi firmado logo após o assassinato de um aluno no estacionamento da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, que chocou a comunidade universitária. A presença da PM no câmpus foi mais forte nos meses seguintes ao crime, com blitz e rondas de viaturas, criticadas por movimentos estudantis.

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Segundo Ana Lúcia, a permanência da PM no câmpus diminuiu nos últimos anos. “Houve esmorecimento desse convênio, que só teve a faceta mais repressiva representada.” Para ela, mais do que patrulha, a ajuda da PM deve ser no treinamento da Guarda Universitária da USP e no intercâmbio de dados.

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Reestruturação – Ana Lúcia afirma que a expectativa é manter a parceria com a PM, mas com alteração de formato. A corporação seria acionada somente em casos mais graves. A superintendência também quer aumentar a estrutura de vigilância e qualificar os guardas. As medidas devem ser antecipadas.

Para a USP, a escalada de roubos em São Paulo, sobretudo no entorno do câmpus, também explica o problema. Entre 2010 e 2013, o total de roubos – contando com o de veículos – na capital subiu 21,5%, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública.

A pasta diz que o policiamento na Cidade Universitária é feito por uma Base Comunitária, além do 16º Batalhão, que prendeu em flagrante 214 pessoas, apreendeu nove adolescentes e retirou de circulação três armas de fogo entre janeiro e agosto de 2014. A SSP esclarece que uma maior atuação do policiamento dentro do câmpus depende da USP.

O Sindicato dos Trabalhadores da Universidade reclama que o corte de vigilantes terceirizados em 2014, reflexo da crise financeira, influenciou na piora da situação. A superintendência informa que o total de postos de vigilância foi reduzido em um terço – de 900 para 600 – mas que são estudados o reposicionamento de guaritas, a troca de câmeras e o aperfeiçoamento na comunicação entre os funcionários.

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(Com Estadão Conteúdo)

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