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Rossi jura inocência e se diz alvo de um ‘ressentido’

Em audiência na Comissão de Agricultura da Câmara, ministro diz que as únicas irregularidades de sua gestão foram cometidas por Oscar Jucá Neto

Por Gabriel Castro
3 ago 2011, 11h13

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, falou nesta quart-afeira por quase cinco horas à Comissão de Agricultura da Câmara para tratar das denúncias feitas por Oscar Jucá Neto, ex-diretor da Confederação Nacional de Abastecimento (Conab), e publicadas por VEJA. A fala teve início logo após os parlamentares aprovarem o convite. A ida do ministro ao Congresso é fruto de um acordo entre governo e oposicionistas.

O peemedebista Rossi iniciou sua fala criticando Jucá Neto, que foi demitido porque ordenou um pagamento ilegal de mais de 8 milhões de reais à Renascença, uma empresa registrada em nome de laranjas. “Não posso permitir que um diretor que tenha sido defenestrado por ter cometido uma prática absolutamente irregular se volte contra a empresa, contra pessoas e muito menos contra mim”, diz ele, que afirma ser vítima do “destempero de um ressentido”.

A estratégia do ministro é desqualificar a figura do ex-diretor para rebater as denúncias.O peemedebista alega também que não houve irregularidades na nebulosa venda de um terreno em uma área nobre de Brasília por cerca de 8 milhões de reais, um quarto do valor de mercado. Ele cita uma avaliação feita pela Caixa Econômica Federal para se defender. E alega que o preço se justifica porque o local só poderia ser destinado à construção de um clube – o que é uma meia-verdade, já que lotes com a mesma situação legal, na mesma região, abrigam luxuosos hotéis e resorts.

O ministro negou ainda ter insinuado que, se Jucá Neto se calasse, poderia participar do esquema de corrupção. “Esses diálogos não existiram”. Disse que apenas cogitou devolver o diretor da Conab ao cargo original, de assessor, em vez de demiti-lo. Curiosamente, apesar de tratar o denunciante como um mentiroso, Wagner Rossi disse que não quer processá-lo.

Proteção – Rossi negou ainda ter negociado a protelação de um pagamento à empresa Caramuru Alimentos com o objetivo de aumentar o valor a ser repassado e receber 5 milhões de reais de propina. “Não só não houve pagamento como nenhuma tentativa foi feita de se pagar essa empresa.E, se tivesse havido, se segundo os trâmites, cairia na minha mesa e eu não teria permitido”, garantiu ele.

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Ao final da sua exposição inicial, que durou cerca de 40 minutos, Rossi ouviu aplausos de aliados e elogios do líder do PMDB na Casa, Henrique Eduardo Alves (RN). O plenário da Comissão de Agricultura ficou lotado. Mas perguntas de verdade foram poucas: a maioria dos parlamentares se limitou a elogiar o ministro e atacar a imprensa. Mesmo alguns deputados de oposição demonstraram não ter se preparado para a oitiva com o ministro.

Embate – A ida do ministro à Câmara foi pretexto para uma troca de farpas entre oposição. O líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA), pediu a criação de uma CPI da Corrupção: “O governo todo está marcado pela corrupção. Essa é a lógica do PT de governar. E uma pessoa é responsável por tudo isso: a presidente Dilma Rousseff, que não foi capaz de romper com uma estrutura viciada de falta de critérios na escolha de dirigentes e ocupantes de cargos públicos”.

O líder do PT, Paulo Teixeira (SP), devolveu: disse que não aceitaria lição de moral do DEM porque o partido é herdeiro da Arena, que se omitia diante da corrupção no regime militar. Já o otimista líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), garantiu que o governo petista nada tem a esconder: “Estamos dando exemplos para o país de ética e moralidade”, declarou. O atestado de idoneidade do ministro veio de Paulo Maluf (PP-SP): “Conheço Wagner Rossi há 20 anos e não conheço um só incidente que pudesse denegrir a imagem dele”.

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