Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Rito no Senado deve ser definido nesta terça-feira; Renan indica que não vai barrar processo

Presidente do Senado disse a auxiliares e senadores que não aceleraria o rito. Para aliados, o prazo de 24 dias pode ser encurtado em pelo menos uma semana

Por Da Redação
18 abr 2016, 09h35

De olho na sobrevivência política, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não deve barrar a tramitação do pedido de impeachment na Casa diante da expressiva votação contra Dilma Rousseff na Câmara. Aliados de Renan afirmam que, com o ampliado placar desfavorável dos deputados à presidente, fica reduzida sua margem de atuação em favor de um prazo maior para a decisão do afastamento de Dilma.

Na semana passada, Renan disse a auxiliares e senadores que não aceleraria o rito. Sua assessoria já fez simulações que indicam que a votação sobre o afastamento só ocorreria em 11 de maio – a definição do rito deve ser definida nesta terça-feira em reunião de líderes. Em duas reuniões, chegou a dizer que não “mancharia” sua biografia imprimindo novo rito.

Mas, para aliados, esse prazo de 24 dias pode ser encurtado em pelo menos uma semana para reduzir pressão das ruas e incertezas políticas. Uma pessoa próxima avalia que ele não cometeria “suicídio político” de ficar contra a maré. A decisão terá de ser tomada por maioria simples dos 81 senadores.

Pela última atualização do Placar do Impeachment de O Estado de S. Paulo, já há votos suficientes entre senadores para tanto: 44 a favor, 21 contra, 6 não quiseram responder e 10 indecisos.

LEIA TAMBÉM:

Entenda como o impeachment caminhará no Senado

Senado tem ampla maioria para afastar Dilma, mas faltam votos para condenação

Continua após a publicidade

Renan não se pronunciou no domingo. Ele passou o fim de semana em Alagoas e chegou a Brasília no fim do dia. Um aliado de Renan que era próximo a Dilma, o líder do PMDB do Senado, Eunício Oliveira (CE), almoçou no domingo com o vice Michel Temer no Palácio do Jaburu e já trabalha para fazer indicações para a comissão especial do impeachment. Ele cogita indicar a senadora Ana Amélia (PP-RS) relatora do pedido. Ela já se manifestou a favor do impedimento.

Apesar do resultado desfavorável na Câmara, senadores do PT consideram que ainda podem contar com Renan, desafeto histórico de Temer no PMDB, para barrar o afastamento da presidente por 180 dias. Fiam-se nas palavras dele em encontro com a bancada petista e veem em sua atuação um importante trunfo para Dilma tentar recompor a base no Senado. “Por que o Renan vai tirar a espada da cabeça do Temer?”, questiona um senador do PT.

Já aliados de Temer pressionam para acelerar o processo. Querem definição em 15 dias – o afastamento do então presidente Fernando Collor em 1992 ocorreu três dias após a manifestação dos deputados. Para o senador Romero Jucá (RR), presidente em exercício do PMDB, Renan está “sensibilizado” com a gravidade da situação. “Não estou dizendo que o processo será rápido, mas o Renan não vai atrapalhar”, disse Jucá, lembrando que há regras regimentais a serem cumpridas.

A pessoas próximas, Renan admite que, mesmo tendo restrições ao mérito do pedido de impeachment, não vai segurar o processo sozinho. Em público, o discurso de Renan é de que atuará como árbitro do pedido. “Você tem de preservar a condição (de presidente do Senado) ou parcializa a atuação e dificulta”, disse à reportagem na semana passada. “Tudo o que eu falar será interpretado assim: Renan está querendo consumar o fato, aí você perde a isenção”.

Interlocutores de Temer já indicam que, caso o vice assuma a Presidência interinamente, vai procurar Renan em busca de respaldo no Congresso. Renan tende a ter atuação decisiva: ao mesmo tempo em que se afastou de Dilma com o discurso de que não a apoiava pessoalmente, mas sim o País, o peemedebista se aproximou da cúpula do PSDB. “Ele construiu as bases de aproximação com a oposição, ativo importante na governabilidade.”

LEIA MAIS:

O choro do líder do governo no Congresso

Dilma convoca reunião com ministros e parlamentares no Alvorada

Renan tem um trunfo contra Temer. Em dezembro, atuou para o Senado aprovar pedido para que o Tribunal de Contas da União faça auditoria em sete decretos de crédito suplementar assinados pelo vice, a mesma fundamentação do pedido de impeachment de Dilma. O TCU ainda não concluiu a apuração, mas Renan tem influência sobre ministros da Corte.

Em liminar, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello determinou ao presidente da Câmara que instalasse comissão para analisar o impeachment de Temer. Mesmo com Cunha tendo recorrido da decisão, uma futura posição da Corte de Contas pode jogar pressão sobre o vice. Uma das grandes preocupações de Renan, segundo aliados, é com a Operação Lava Jato. Os nove inquéritos a que ele responde são tidos como seu ponto fraco. O peemedebista tende a compor com Temer também de olho no seu futuro político, uma vez que em fevereiro ele deixará o comando do Senado.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.