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Ricardo Izar presidirá Conselho de Ética da Câmara

Deputado enfrentou Marcos Rogério (PDT-RO), o candidato oficial, e venceu a disputa por apenas um voto. Líder do PDT reclama de traições

Por Gabriel Castro, de Brasília
2 abr 2013, 15h57

Em um resultado surpreendente, o deputado Ricardo Izar Júnior (PSD-SP) foi eleito nesta terça-feira o novo presidente do Conselho de Ética da Câmara. Ele derrotou o candidato oficial, Marcos Rogério (PDT-RO), por 11 votos a 10. A disputa ganhou importância devido à perspectiva de que o colegiado tenha de se pronunciar sobre a perda de mandato dos quatro deputados condenados no processo do mensalão.

Marcos Rogério contava com o apoio declarado do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e de lideranças de PT e PMDB. Mas Izar resolveu se lançar na disputa. O pai dele, homônimo, presidia o Conselho de Ética na época do mensalão. “A votação de hoje mostrou que o Conselho de Ética é um colegiado independente. Aqui não tem pressão de partido, pressão de liderança, e cada deputado vai votar de acordo com a sua consciência”, comemorou o novo presidente.

Izar, que não era apoiado oficialmente nem mesmo do PSD, apostava na votação secreta para obter o posto. E deu certo. Ele diz que, diferentemente das outras comissões, o conselho não costuma fazer parte dos acertos partidários. “O Conselho de Ética nunca fez parte de acordo nenhum na história da Casa”, disse ele, pouco antes da votação.

Além de deputados de oposição, Izar obteve o apoio declarado de integrantes do PSB. “Nesta casa ainda existem pessoas de bem”, comemorou Júlio Delgado (PSB-MG), após a vitória.

O líder do PDT, André Figueiredo (CE), se irritou com a derrota de seu candidato e queixou-se de traições: “É questionável esta ética que faz com que deputados declinem o voto para um candidato e votem em outro”, afirmou.

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Manobra – Na semana passada, a eleição foi adiada graças a uma manobra do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Ele abriu a sessão de votações em plenário – mesmo sem quórum -, o que automaticamente impediu todas as comissões, inclusive o Conselho de Ética, de realizar qualquer deliberação. Alves evitou, assim, que a votação no colegiado fosse realizada em um momento em que Izar tinha grandes chances de vitória. Mas, uma semana depois, o deputado do PSD obteve o resultado almejado.

Ricardo Izar calculava, antes da votação, ter perdido alguns apoios – especialmente do PMDB, cujo líder, Eduardo Cunha (RJ), se esforçou para isolar o candidato do PSD. Cunha disse que, se Izar fosse eleito, o partido perderia a Corregedoria da Câmara.

Os quatro condenados no processo do mensalão que ainda têm mandato na Câmara devem perder o cargo assim que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar o cumprimento das sentenças. Apesar de os ministros da corte entenderem que a cassação é automática, boa parte dos deputados acredita que a punição depende do aval da Câmara – o que dá relevância ao Conselho de Ética. José Genoino (PT-SP), João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP) foram condenados pelo STF.

Sobre os processos contra os mensaleiros, Izar foi evasivo: “Eu acho que não têm que passar pelo Conselho de Ética, porque já passaram uma vez. Mas se a Mesa Diretora encaminhar, vamos tratar como qualquer outro processo”.

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