Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Reunião liderada por Marina escancara crise interna no PV

Dissidentes pediram mudanças no comando da legenda. Gabeira disse que o partido 'não pode ser feudo de ninguém' e criticou ações da executiva da sigla

Por Da Redação
25 mar 2011, 08h20

A crise interna no PV ganhou um novo capítulo na noite desta quinta-feira. Em uma demonstração de força, os líderes do movimento dissidente “Transição Democrática” reuniram-se para lançar um manifesto em que pedem mudanças na direção da legenda. Integrante do movimento, a ex-senadora Marina Silva, que ficou em terceiro lugar na disputa presidencial em 2010, afirmou que o partido não pode ter “donos”. Ela, porém, negou que tenha planos de deixar a sigla.

Os problemas no partido tiveram seu estopim com a decisão, tomada na semana passada pela executiva do PV, de manter o deputado federal José Luiz Penna por mais um ano na presidência da legenda. Penna já ocupa o cargo há 12 anos. Em entrevista ao site de VEJA, o deputado falou sobre a crise: “Acho que está acontecendo uma anomalia, um surto, uma grande incompreensão. Eu quero acreditar que seja algo passageiro, uma consequência do nosso crescimento, um surto de partido grande, algo completamente novo para nós”.

Participaram da reunião desta quinta, além de Marina, outras 100 lideranças do PV em São Paulo, incluindo oito dos 14 deputados federais, presidentes de diretórios estaduais e candidatos a governador derrotados nas eleições do ano passado, como Fábio Feldmann (SP) e Fernando Gabeira (RJ). A ex-senadora chegou a sugerir que os membros da legenda comecem a fazer a reforma política “dentro do próprio partido”.

Durante seu discurso, Gabeira subiu o tom das críticas, afirmando que o PV “não pode ser feudo de ninguém”. Ele disse ainda que a única atividade do comando da legenda é “é sentar em cima da bandeira do partido”. Assim como Marina, Gabeira também negou que vá sair do PV. Outro verde descontente é o deputado Alfredo Sirkis (RJ), que acusou a liderança do partido de exercer um “clima de truculência e intimidação generalizada”.

Continua após a publicidade

Os conflitos começaram um mês antes da reunião da executiva nacional da legenda, em Brasília, em 17 de março. A direção ignorou o apelo do grupo de Marina e dos verdes históricos por uma eleição em 2011 para renovar a executiva. Por votação, decidiram estender até 2012 o mandato de José Luiz Penna e dos demais integrantes da direção. Penna comanda o partido há 12 anos, desde 1999.

“Não creio que o aprofundamento da democracia possa ser feito com a supressão da pouca democracia ainda existente”, disse Marina, em nota, nesta quinta-feira. No texto, de duas páginas, a ex-presidenciável ataca a decisão da executiva e conclama filiados e simpatizantes do partido a construírem uma via alternativa. “Se deixarmos de lado a renovação política dentro do partido, acabou-se a moral para falar de sonhos, de ética, de um mundo mais justo e responsável com o meio ambiente. Podemos até continuar falando, mas soará falso, como voz metálica de robô.”

Foco de resistência da “Transição Democrática”, o PV de São Paulo sofreu represálias. Na segunda-feira, os dirigentes paulistas foram comunicados por um emissário de Penna que o diretório era considerado inativo e suas decisões não tinham validade. Isso porque a executiva nacional, deliberadamente, não renomeou os integrantes do diretório. A atitude foi vista como mais uma investida autoritária contra as bases do partido. O diretório aguarda agora autorização dos líderes nacionais para realizar eleições diretas e empossar sua direção.

Continua após a publicidade

Leia no blog de Reinaldo Azevedo:

Pelo visto, pode surgir o PV do B a qualquer momento…O texto de Marina vale por um “ou eu ou ele”. A ex-senadora poderia deixar o partido, junto com o seu grupo, e fundar um novo partido de matriz… verde! Certamente a Natura a acompanharia.

Ok, ok, talvez seja tudo verdade, e o tal Penna não passe de um autoritário. Mas essa é só a questão episódica. O fato é que não se conhece conteúdo maior do que o continente: não dá, estoura, é lei da física.

Continua após a publicidade

(Com agência Reuters)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.