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Relatórios apontam falhas ‘graves’ em apagões

Falta de investimentos em estrutura, falha humana e ausência de equipamentos de proteção e de comunicação são principais motivos dos blecautes no país

Por Da Redação
18 dez 2012, 09h43

Relatórios da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revelam que os apagões dos últimos dois anos no país foram provocados por falta de investimentos em estrutura, falha humana e ausência de equipamentos de proteção e de comunicação. Os documentos, obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, indicam falhas “graves” e “primárias” no planejamento das intervenções após a ocorrência do problema e na análise dos riscos.

São relatórios, atas de reunião, ofícios, auditorias e fiscalizações produzidos em 2011 e no início de 2012. Mesmo com todos esses documentos, que somam mais de 3.000 páginas, as interrupções no fornecimento de energia elétrica continuam a ocorrer com frequência. No fim de semana, um apagão atingiu parte dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Integrantes do governo minimizam as falhas no sistema.

Em julho de 2011, um problema nos equipamentos da Comissão de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) provocou um apagão que chegou a interromper a operação do metrô de São Paulo. Um técnico da empresa seguiu todos os passos previstos no manual de operações do equipamento de proteção. Mas em ordem inversa, começando de trás para frente. Em outras palavras, houve “operação indevida do sistema de proteção”, na visão da Aneel.

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“Não há razão para imputar à CTEEP qualquer culpa pela situação vigente”, discordou a concessionária em documento enviado à agência. Afinal, argumentou, os relés (equipamentos) eram modernos em 1990, quando foram adquiridos. Tratava-se, disse a empresa, de um “envelhecimento precoce” do equipamento. A Aneel multou a concessionária em 1,25 milhão de reais.

Peça antiga – A Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) foi flagrada usando uma peça fabricada em 1969 e instalada em 1975. Resultado: apagão em junho de 2011, nos estados de Pernambuco e da Bahia. Furnas, por outro lado, deixou de investir na modernização de sistemas de proteção de várias linhas de transmissão estratégicas e o resultado foi um apagão em janeiro deste ano. A ordem para obras imediatas e urgentes saiu no Diário Oficial da União (DOU) em dezembro de 2006.

No Rio Grande do Sul, a equipe da Aneel teve dificuldades para analisar as causas de um apagão de quase sete horas no dia 4 de agosto do ano passado na região central do estado. Os registradores falharam. Também houve problemas na comunicação, que só foi restabelecida horas depois por um telefone celular, porque as baterias que alimentavam os rádios comunicadores também não funcionavam. Os técnicos identificaram ainda operadores trabalhando sem nenhuma certificação.

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O apagão de 6 de setembro de 2011 no Rio de Janeiro e Espírito Santo foi provocado por queimadas na faixa de servidão das linhas de transmissão. A fiscalização comprovou que não houve atuação do religamento automático por “problemas de incompatibilidade da programação” do sistema. Furnas alegou que o religamento não havia sido implantado por limitações impostas por para-raios.

Em dezembro de 2010, uma interrupção nas estações Grajaú e Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, levaram técnicos da Aneel a fiscalizar a ocorrência. O relatório mostra que o apagão foi provocado por uma “atuação acidental”: técnicos cortaram um fio, que acabou provocando um curto-circuito. Após o incidente, houve recusa da atuação do Esquema de Controle de Emergência. Os técnicos pediram a aplicação de uma multa de 6,9 bilhões de reais. No entanto, Furnas recorreu à Justiça e o processo administrativo foi arquivado.

Em Manaus, a Eletrobrás Amazônia enfrentou três apagões no início deste ano. Todos causados por raios. Em dois casos, houve falha de manutenção. A Aneel propôs à estatal que era hora de “realizar estudos a fim de analisar os benefícios advindos (…) da instalação de para-raios de linha, tendo em vista a grande incidência de descargas atmosféricas na região”.

(Com Estadão Conteúdo)

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