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‘Queremos um projeto de Estado, não de poder’, diz governador eleito do RS

Sartori não quis adiantar nomes de secretários, e disse que só vai divulgar oficialmente a sua equipe a partir de 15 de dezembro

Por Jean-Philip Struck, de Porto Alegre
26 out 2014, 20h44

O governador eleito do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), afirmou logo após a divulgação dos resultados oficiais que seu grupo não pretende perpetuar um “projeto de poder” no Estado. “Queremos fazer realmente um projeto de Estado, não um projeto de poder. Se a população nos deu essa missão de fazer as mudanças que são necessárias, nós vamos fazer.”

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Sartori não quis adiantar nomes de secretários, e disse que só vai divulgar oficialmente a sua equipe a partir de 15 de dezembro. “Se alguém prometeu algum cargo em meu nome, está redondamente errado. Ainda estamos longe desse processo, ainda não acertei a equipe”, disse, em coletiva de imprensa realizada em um hotel no centro de Porto Alegre.

Com 99% das urnas apuradas, Sartori tinha 61,22% dos votos válidos. Seu concorrente, o governador Tarso Genro (PT), que tentava a reeleição, recebeu apenas 38,78%. O resultado marcou uma derrota pesada para os petistas no segundo turno. Sobre o resultado avassalador, Sartori manifestou surpresa. “A ficha não caiu ainda”, disse.

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“Queremos trazer as mudanças que são necessárias. Adversário não é inimigo. Nós queremos agregar, juntar e, como devemos ter dificuldades pela frente, toda ajuda será de bom grado. Por isso, quando nós dissemos, ‘nosso partido é o Rio Grande do Sul’, queremos provocar a união”, afirmou o governador eleito. Se em algum momento fomos ofensivos, não temos receio de dizer que de vez em quando tivemos que ter atitude para responder. Fico gratificado porque o governador me ligou cumprimentando pela eleição.

Apesar do tom conciliador, quando perguntado sobre o papel do antipetismo dos gaúchos na sua campanha, Sartori disse que há razão para a “aversão” à sigla. “Eu não sou dono do sentimento das pessoas e da opinião política. Eu não sou anti-ninguém. Acho que o PT deve ter cometido algum equivoco para criar essa aversão. Uma pessoa de esquerda tem que, no mínimo, saber fazer autocrítica”, disse.

Sartori falou com a imprensa ao lado do seu vice, José Paulo Dornelles Cairoli (PSD), da senadora Ana Amélia (PP), do senador Pedro Simon (PMDB), do vice-prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (PMDB).

O novo governador reservou a maior parte dos agradecimentos ao veterano Simon. “Há quarenta anos, quando entrei no velho MDB, eu tinha uma referência política e ética: Pedro Simon. E ele segue sendo minha referência de como fazer política com ética. (…) O senhor se manteve leal, um soldado do partido”, disse Sartori.

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Ex-prefeito de Caxias do Sul, Sartori, de 66 anos, venceu a eleição após ser considerado um “azarão” nos primeiras semanas de campanha. Nas primeiras pesquisas, ele tinha meros 7% das intenções de voto.

Sua campanha também teve inicialmente poucos recursos e contou com a antipatia do PMDB nacional, que não viu com bons olhos o apoio de Sartori a Marina Silva (PSB) e, depois, a Aécio Neves (PSDB). “Fiz uma campanha espontânea. Ela foi crescendo com naturalidade, não fizemos para obrigar alguém a nos acompanhar.”, disse Sartori neste domingo.

Entre os desafios que Sartori vai encontrar quando assumir o governo, está a dívida gigantesca do Rio Grande do Sul – proporcionalmente, o Estado é o mais endividado do Brasil – e o conflito com os professores da rede estadual, que exigem o pagamento do piso nacional do magistério. Ao longo das campanhas do primeiro e segundo turno, Sartori evitou se comprometer com essa exigência, afirmando que não queria fazer promessas que poderiam gerar “frustração”.

Nestas eleições, Sartori conduziu uma campanha genérica, com propostas vagas, e que o apresentou como um homem simples e conciliador. Sua candidatura começou a engrenar quando os petistas passaram a atacar a senadora Ana Amélia, que chegou a ser a favorita para assumir o governo. Com a sucessão de ataques, os votos da candidata do PP acabaram indo para Sartori. Na contagem final de votos do primeiro turno, o peemedebista surpreendeu e contrariou pesquisas, acabando em primeiro lugar, com 40% dos votos válidos.

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Além de perder o governo, no primeiro turno o PT viu seu candidato ao Senado, o ex-governador Olívio Dutra, ser derrotado. Com a derrota, Tarso também se tornou a mais nova vítima de uma tradição eleitoral no Rio Grande do Sul: nunca um governador do Estado conseguiu se reeleger e nenhum partido manteve o controle do Palácio do Piratini por dois mandatos seguidos. Nos últimos dias, a campanha de Tarso redobrou os esforços para pintar Sartori como um candidato superficial e inexperiente, mas a estratégia não surtiu efeito. A última pesquisa Datafolha, divulgada no sábado, já apontava que Sartori levaria cerca de 60% dos votos válidos.

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