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PT quer mascarar apuração do mensalão, diz Aécio

Por Da Redação
10 Maio 2012, 19h01

Por Marcelo Portela

Belo Horizonte – O senador Aécio Neves (PSDB-MG) saiu em defesa do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que se tornou alvo de integrantes da base aliada ao governo federal que participam da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada no Congresso para investigar as ligações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e órgãos públicos. Para o tucano, os parlamentares, principalmente do PT, tentam “desvirtuar” as investigações e “criar constrangimentos” a Gurgel para desacreditar o procurador, que fará a acusação contra os envolvidos no mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF).

Integrantes da CPI ligados ao Executivo acusam Gurgel de prevaricação por ele não ter iniciado investigações contra políticos desde 2009, quando a Operação Vegas da Polícia Federal revelou indícios da ligação de Cachoeira com parlamentares, principalmente da oposição ao governo federal. O próprio Aécio é alvo de representação por suspeita de esconder patrimônio, feita em junho do ano passado, após o tucano ser flagrado em uma blitz no Rio de Janeiro dirigindo um veículo Land Rover da Rádio Arco Íris, da qual é um dos proprietários. Segundo os autores da denúncia, há incompatibilidade entre a declaração de renda do senador e o padrão de vida que ostenta, mas Gurgel até hoje não se manifestou sobre o pedido de investigações.

Para o tucano, porém, as acusações contra o chefe da Procuradoria da República têm “claramente o objetivo de desqualificá-lo” porque Gurgel “é o advogado de acusação no processo do mensalão”. “O PT deixa cair a máscara e mostra que o objetivo da CPI era um combate que nada tinha a ver com a elucidação das denúncias ou mesmo com investigações mais profundas além daquelas que foram feitas pela Polícia Federal. Mas querer usar a CPI para mascarar a apuração em relação ao mensalão ou para criar constrangimentos ao procurador-geral terá a nossa objeção mais radical”, salientou.

Sem citar diretamente o relator da comissão, deputado federal Odair Cunha (PT-MG), segundo o qual a CPI deve investigar também se “houve cooptação ou corrupção de atores da mídia” pelo esquema chefiado por Cachoeira, Aécio também criticou o que considerou “cerceamento” da imprensa. E lembrou as declarações do presidente do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), que revelou a intenção do governo de retomar a discussão sobre o marco regulatório da comunicação no País. Na avaliação do tucano, o partido da presidente “estabeleceu dois alvos para a CPI”, mas “nenhum deles com a menor relação com as investigações” que levaram à criação da comissão.

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“Não vamos permitir que o foco da CPI seja desvirtuado. Tudo que disser respeito ao senhor Carlos Cachoeira e a suas relações promíscuas com agentes públicos e privados devem ser investigados”, declarou. “O que está em jogo é a própria democracia. No momento em que nós tivermos a Procuradoria Geral da República fragilizada e a imprensa cerceada, nós temos a democracia em xeque”, acrescentou.

Parabéns

Questionado sobre a avaliação que faz da situação do deputado federal Carlos Leréia (PSDB-GO), que é investigado pela PF e ocupou o plenário da Câmara para dar parabéns a Carlos Cachoeira por seu aniversário, Aécio evitou opinar. Apenas riu e disse que o caso ficará a cargo da direção tucana. “O partido instalou a comissão de ética e a comissão vai analisar e vai ouvir o deputado. Essa vai ser uma decisão da direção do partido”, concluiu.

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