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PT impõe candidatura de Humberto Costa no Recife

Senador era o preferido do governador Eduardo Campos, que condicionava à indicação o apoio do PSB a Haddad

Por Thais Arbex
5 jun 2012, 18h51

A Comissão Executiva Nacional do PT decidiu intervir no diretório regional do Recife para impor a candidatura do senador Humberto Costa à prefeito. A informação, divulgada ainda antes da reunião da comissão pelo atual prefeito, João da Costa, que postulava o direito de disputar a reeleição, foi confirmada após quatro horas de encontro por meio de nota oficial. Por 12 votos a favor, e com cinco abstenções, a comissão confirmou a indicação de Humberto Costa.

A nota oficial divulgada após o encontro listava quatro pontos que estabeleciam a anulação da prévia realizada no dia 20 de maio, vencida por João da Costa, o cancelamento das novas prévias previstas para 3 de junho, a indicação aos dois postulantes – João da Costa e o secretário de Governo do estado de Pernambuco, Maurício Rands – de que não poderiam mais disputar, e a escolha do senador Humberto Costa como candidato.

João da Costa havia sido escolhido pelos militantes no dia 20 de maio para disputar a reeleição em prévias contra o Maurício Rands. Sua indicação, porém, foi suspensa quando o governador do estado, Eduardo Campos, manifestou-se contra o nome do prefeito. Presidente do PSB, Campos condicionava à escolha de outro candidato no Recife o apoio de seu partido ao candidato petista à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. O PT, no entanto, alega “falta de condições políticas” para justificar a indicação do senador. “Como não havia condições de unidade do partido, decidimos indicar o companheiro Humberto Costa”, afirmou o deputado André Vargas, secretário de comunicação do partido. “Não é uma intervenção, é apenas uma decisão política da comissão executiva. Os diretórios municipal e estadual continuam trabalhando normalmente na formação da chapa de vereadores.”

A reunião mal tinha começado quando o prefeito, que fora informado pelo deputado Rui Falcão de qual ser a decisão final, deixou a sala acompanhado por cerca de dez aliados. “Não fazia sentido eu participar de uma reunião que já tinha uma decisão prévia tomada. Não faria sentido argumentar”, disse o prefeito. “A decisão da executiva nacional é uma decisão política. Todos nós que militamos no partido há muito tempo saímos tristes e indignados em saber que a decisão da base, feita de forma democrática, foi cancelada.”

João da Costa disse que a única alternativa, caso não acatasse a decisão, seria sair do PT, mas, em seguida, afirmou que não tomaria nenhuma decisão com a cabeça quente, sem antes consultar sua base partidária, em Recife. “Essa é uma decisão inusitada no Brasil e na história do PT.”

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Questionado se apoiaria Humberto Costa durante a disputa eleitoral, o prefeito mostrou ressentimento. “Não sei se Humberto quer meu apoio. Depois desse processo todo, em que se falou tanto mal do governo e do prefeito, que sou centralizador, que não gosto da política e do diálogo, talvez ele nem precise do meu apoio.” O deputado André Vargas tratou de apaziguar os ânimos quanto às críticas a João da Costa. “Não temos nenhuma dúvida ética em relação ao trabalho do prefeito, como eu disse, trata-se apenas de uma decisão política”, afirmou.

Francisco Rocha da Silva, coordenador da Construindo um Novo Brasil, corrente majoritária do PT e que trabalha pela candidatura de Humberto Costa, rebateu os argumentos de João da Costa: “Trata-se de uma decisão política, não tem intervenção.” Uma hora antes do início da reunião da executiva, José Dirceu, chefe da quadrilha do mensalão, esteve no prédio. Ele passou vinte minutos com a diretoria do partido e foi embora sem participar do encontro oficial.

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