Contra todas as evidências que o escândalo do petrolão já trouxe à tona, o PT continua achando que o problema é a lei – e não o desrespeito a ela. Na semana em que o tesoureiro João Vaccari Neto foi preso e logo afastado do cargo, o PT decidiu proibir todos os diretórios de receber doações eleitorais de empresas, contribuição hoje prevista em lei no Brasil e na maioria dos países. Coube ao presidente nacional do PT, Rui Falcão, anunciar que a legenda vai abrir mão das doações de pessoa jurídica, que são quase a totalidade das milionárias campanhas eleitorais – a começar pela de Dilma Rousseff em 2014, na casa dos 300 milhões de reais, em parte bancada por empreiteiras do notório “clube do bilhão”. “Decidimos que os diretórios nacional, estaduais e municipais não mais receberão doações de empresas privadas, devendo essa decisão ser detalhada, regulamentada e referendada pelos delegados (as) ao 5º Congresso”, diz o texto lido pelo presidente do PT. Falcão ressaltou que a decisão não significa que as contribuições recebidas pelo partido até agora “tenham alguma mácula” e que o partido vai estudar mecanismos para estimular contribuições de pessoas físicas entre R$ 15 e R$ 1.000. (com Estadão Conteúdo)