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Psicóloga carioca é encontrada, mas o mistério continua

Delegada considera o caso encerrado. Karen Tannhauser ficou escondida por três dias e, ao ser descoberta, não quis voltar para a casa dos pais

Por Leo Pinheiro, do Rio de Janeiro
3 jan 2011, 18h43

“Não há crime em ficar escondida. Considero que este não é um caso de polícia”, disse a delegada Bárabara Lomba

Para a família, encontrar a psicóloga Karen Tannhauser, 37 anos, dentro em um carro na garagem do edifício foi um alívio. Mas o que levou a jovem se esconder por três dias, como informa a polícia, ainda é um mistério. Enquanto era atendida no Hospital Miguel Couto, no início da noite desta segunda-feira, Karen, que tinha paradeiro desconhecido desde o dia 31, falou para uma amiga da família – também psicóloga – que “não se lembra” de quando entrou no porta-malas do Palio Weekend em que foi encontrada. Tudo o que ela sabe é que entrou no carro para “descansar”. Karen teria dito à família que “é besteira pensar que ela estava com alguém” durante esse tempo, e que permaneceu sozinha.

Karen estaria sob efeito de uma dose exagerada de medicamentos – supostamente antidepressivos. Como a amiga da família explicou aos parentes, “Karen não sentiu fome ou sede, pois o medicamento anula esses incômodos”. Os remédios de uso controlado vinham sendo usados por ela havia pouco tempo, informou a famíia. Ao que tudo indica, Karen, por ser psicóloga, vinha se automedicando. Ela, no entanto, negou veementemente ter ingerido algum tipo de medicamento.

A delegada da 15ª DP (Gávea), Bárbara Lomba, considerou o caso encerrado. “Não há crime em ficar escondida. Considero que este não é um caso de polícia”, disse a delegada. Bárabara recebeu do médico que atendeu Karen a informação de que ela estava desnutrida, mas “não estava clinicamente desidratada”, o que leva a crer que, nesses três dias, ela ingeriu água em algum momento.

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Como Karen parecia estar confusa – aparentemente em função de medicamentos – só foi tomado um depoimento informal. Segundo a delegada, foi possível deduzir que, desde o dia 31, ela não saiu do prédio, mas esteve em mais de um local. “Pelos sinais na roupa, sabemos que ela passou por alguns lugares como uma parte do prédio em obras e a lixeira, mas ainda não sabemos que percurso exato ela descreveu”, disse Bárbara.

Desde a noite desta segunda-feira, Karen está na casa de uma amiga. Ela não quis voltar para a casa dos pais, onde mora, no Jardim Botânico. Policiais que acompanharam o caso acreditam que ela tenha, de alguma forma, entrado em desentendimento com a família. Esta versão ganha força a partir da recusa da psicóloga em conversar com a maior parte da família. Desde que foi encontrada, ela só conversou com duas pessoas: a irmã, Patrícia, e uma amiga. Os pais não falaram com ela.

A psicóloga foi encontrada por acaso pelo marido da síndica do edifício. Dono do Palio Weekend, ele tinha descido até o veículo para buscar uma caixa de ferramentas. Quando abriu o porta-malas, encontrou Karen, vestindo uma bata preta e uma bermuda jeans, um pouco suja, segundo descreveu à família.

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Assim que foi encontrada, Karen só fazia referências à irmã, dois anos mais nova que ela. Não falava dos pais ou do namorado. A mãe de Karen, Sônia Tannhauser, fez um apelo por informações sobre a filha. E deixou, também, um recado no ar: disse que a filha poderia voltar pois seria “recebida de braços abertos”.

Momentos antes de a psicóloga ser encontrada, a delegada Bárbara Lomba, que passou os últimos três dias investigando o paradeiro de Karen, afirmou que trata-se de uma pessoa “fechada”, que não costumava falar de seus problemas com a família.

A Polícia Civil mobilizou, nesta segunda-feira, três equipes para tentar localizar a psicóloga. Enquanto um grupo de policiais vasculhava o prédio, outro analisava imagens do circuito interno de TV do prédio, na delegacia. Uma terceira equipe começou a percorrer os pontos onde Karen teria estado no dia 31.

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Assim que a psicóloga apresentar quadro clínico mais estável, a delegada Bárbara Lomba pretende tomar o depoimento formal. Não serão ouvidas mais testemunhas. Com base no relato de Karen, a polícia vai decidir sobre pedidos de exame de sangue ou de corpo de delito, mas, como explicou a delegada, é pouco provável que isso seja necessário. Só duas pessoas prestaram depoimento formal desde o dia 31: o pai, que chegou momentos depois de Karen, e o namorado, que a deixou em casa por volta das 14h do último dia do ano. Outras oito pessoas foram ouvidas informalmente.

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