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PSDB acusa governo de usar cartel do metrô para encobrir mensalão

Tucanos também acusaram o deputado estadual petista Simão Pedro de adulterar documentos que integram a investigação para atingir o PSDB

Por Gabriel Castro, de Brasília
26 nov 2013, 16h30

(Atualizado às 22h)

Lideranças do PSDB criticaram nesta terça-feira o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que admitiu ter encaminhado à Polícia Federal acusações que atingiriam políticos ligados ao partido. Os tucanos acusaram o governo de tentar usar as denúncias de um suposto cartel no metrô de São Paulo, envolvendo integrantes da sigla, para abafar a prisão de mensaleiros do PT.

O centro do embate são as acusações sobre o cartel nas obras do metrô de São Paulo, durante gestões do PSDB. Um documento atribuído ao executivo Everton Rheinheimer, ex-diretor da Siemens, aponta nomes de secretários de estado e deputados como supostos beneficiários do esquema. No texto, o autor da denúncia pede um cargo na diretoria na Vale para delatar um esquema de corrupção.

Na última sexta, o ministro da Justiça admitiu, conforme revelou o site de VEJA, que recebeu o documento das mãos do petista Simão Pedro, deputado estadual licenciado que comanda a Secretaria de Serviços da cidade de São Paulo. Em ofício, a PF informava que a denúncia foi recebida pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), presidido pelo petista Vinícius Carvalho, ex-assessor de Simão Pedro.

Os tucanos também acusaram Simão Pedro de adulterar documentos sobre o caso. Segundo o secretário da Casa Civil do governo de São Paulo, Edson Aparecido, citado nas denúncias, um dos textos que integra as investigações em inglês é diferente do divulgado em português. “Do primeiro deles [dos textos], que deu origem a essa denúncia em 2008, não consta parágrafo algum, nem texto que envolva o PSDB ou pessoas do PSDB”, disse. Aparecido afirmou que foram introduzidos quatro parágrafos com referências ao PSDB. “Houve uma clara adulteração de documentos.”

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O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), que também teve o nome mencionado na denúncia, disse que o material é falso e pediu a punição dos envolvidos: “Esse episódio me causa um intenso sofrimento pessoal, porque vi o meu nome misturado a um episódio nebuloso, a partir de um documento falso”.

Punição – Os tucanos vão pedir que a Comissão de Ética Pública da Presidência da República abra uma investigação sobre a conduta do ministro no episódio. Eles também vão tentar aprovar um requerimento de convocação de Cardozo no Congresso Nacional e pedir que o Ministério Público Federal apure se o petista cometeu crime de improbidade administrativa.

Eles afirmam que o ministro deveria ter encaminhado a denúncia à Procuradoria-Geral da República, já que há parlamentares citados. “O PT usa o Estado em benefício próprio para atacar adversários”, afirmou o senador Aécio Neves em entrevista coletiva.

O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), também atacou: ​”Na semana em que efetivamente aconteceram as prisões dos maiores problemas dos mensaleiros, eles vazam um documento que ninguém sabe quem vazou, em que o ministro, num primeiro momento disse que foi o Cade que repassou e depois acabou assumindo a culpa. É evidente que estamos diante de uma fraude com a ajuda do ministro Cardozo. É evidente que foi um momento oportuno. Ele recebeu o documento em junho e solta exatamente na semana em meio aos desdobramentos do mensalão”, disse o deputado. Sampaio também comparou o episódio ao “dossiê dos aloprados” – em 2006, um grupo de petistas foi preso com um dossiê contra o tucano José Serra e 1,7 milhão de reais em espécie.

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Cardozo – Após o pronunciamento dos tucanos, Cardozo tentou rebater as críticas: convocou uma coletiva de imprensa de última hora com a presença do presidente do Cade, Vinícius Carvalho, e do diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello. Ele reafirmou que a atribuição dada ao Cade de ter repassado o documento à Polícia Federal ocorreu por um “equívoco material”, após outro inquérito, de 2008, ter sido juntado às supostas denúncias. “Não há blindagem alguma. Não haveria por que o Ministério da Justiça fazer tanto esforço para blindar o que não necessita de blindadem. E, aliás, não haveria problema se o Cade tivesse repassado o relatório, ele estaria no dever de entregá-lo à PF”, disse.

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