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Black Blocs conseguem impor sua marca de depredação a São Paulo

Protesto do Passe Livre termina em vandalismo. Marginais se aproveitam da falta de acompanhamento da Polícia Militar, que abandonou protocolo que vinha adotando com eficácia

Por Felipe Frazão
19 jun 2014, 18h59

(Atualizada às 23h)

A marcha convocada nesta quinta-feira pelo Movimento Passe Livre (MPL) para “comemorar” um ano da revogação do reajuste nas tarifas de transporte público terminou com o mesmo roteiro lamentável que marcou os protestos de 2013: o ato que começou tranquilo na região da Avenida Paulista degenerou em destruição de estabelecimentos comerciais, agências bancárias e carros estacionados pelo caminho.

Segundo a Polícia Militar, o ato começou às 15 horas na Paulista com cerca de 300 pessoas e foi crescendo ao longo do percurso. A PM estima que 1.300 pessoas participavam da marcha quando as pistas da Avenida Rebouças foram bloqueadas, no final da tarde. Da aglomeração, surgiram os vândalos mascarados de sempre, que atacaram quatro agências bancárias e depredaram um carro de reportagem. Houve tumulto, mas os próprios integrantes do MPL conseguiram conter a confusão. Era o primeiro sinal de que convocar uma marcha política rumo à Zona Oeste, no dia em que a principal operação de segurança pública da cidade era patrulhar as imediações do estádio Itaquerão, na Zona Leste, palco de um jogo da Copa do Mundo, poderia acabar mal. Mais: os black blocs manifestaram apoio ao ato nas redes sociais, o que tornava previsível a presença dos vândalos na passeata. Mesmo assim, o MPL chegou a enviar um ofício à Secretaria da Segurança Pública no qual afirmava que “os movimentos sociais devem ter autonomia para promover sua própria segurança” e reclamava da “presença ostensiva” da PM. O movimento não manifestou repúdio aos atos de vandalismo nem em seu site nem na página no Facebook, que às 23h25 registrava apenas que “o ato foi dispersado no Largo da Batata” – publicado às 20 horas.

Três horas depois do início da marcha, enquanto o MPL bloqueava a pista local da Marginal Pinheiros com uma barricada de catracas de papelão em chamas, os black blocs reapareceram e quebraram carros e as instalações de concessionária de veículos usando extintores, paus e pedras (veja os vídeos abaixo).

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Black blocs tentaram doutrinar segurança de concessionária depredada

Só por volta das 19 horas, quando o quebra-quebra havia saído do controle, a Polícia Militar entrou em ação. Ao contrário dos protestos anteriores, a PM não adotou o protocolo eficaz de montar cordões de isolamento para seguir de perto a passeata. A chamada “tropa do braço”, formada por policiais treinados para atuar justamente quando os vândalos mascarados aparecem, também não foi destacada. As cenas de destruição deixaram claro que a decisão de abrir mão da estratégia bem-sucedida para conter vandalismo mostrou-se equivocada.

A PM disse que mobilizou 500 homens, incluindo a Cavalaria e a Tropa de Choque, posicionadas para proteger o terminal de ônibus e a estação de metrô Pinheiros. “Se a PM demorou foi por causa da obstrução e da dispersão dos manifestantes no momento da depredação”, afirmou o comandante de policiamento da capital paulista, coronel Leonardo Ribeiro. “Atribuímos sim ao MPL a responsabilidade dessa degradação. Eles que motivaram, promoveram e formalizaram esse pleito do afastamento de qualquer tropa da PM, arcando com as consequências e com os resultados do movimento promovido por eles. Demos um voto de confiança e fomos traídos.”

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Quando os baderneiros atacaram a concessionária, a PM reagiu com bombas de gás. Os mascarados fugiram e se espalharam em pequenos grupos pelas ruas de bairros residenciais. O quebra-quebra não parou. Observou-se todo tipo de destruição de patrimônio público e privado em áreas residenciais.

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