Homem é morto em protesto em favela de Copacabana
Moradores do morro Pavão-Pavãozinho protestaram após corpo de um jovem ter sido encontrado em escola. Em confronto com PM, um homem foi baleado
Pelo menos uma pessoa morreu durante um grande protesto que interditou, no início da noite desta terça-feira, algumas das principais ruas dos bairros de Copacabana e Ipanema, na Zona Sul do Rio. Moradores do morro Pavão-Pavãozinho se revoltaram com a morte do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG, que se apresenta no programa Esquenta, da Rede Globo e também trabalhava como mototaxista na favela. O corpo do jovem de 25 anos foi encontrado dentro de uma escola, com sinais de fraturas e sem tiros.
Moradores acusam policiais militares de espancarem Douglas até a morte – segundo eles, o dançarino teria sido confundido com um traficante. A PM nega, e diz que as fraturas encontradas no corpo, e o fato de ele ter sido achado ao lado de um muro de aproximadamente dez metros de altura, podem indicar morte em decorrência de uma queda. Testemunhas afirmam que, durante um tiroteio na noite de segunda-feira, DG tentou fugir, correndo e pulando muros. As circunstâncias da morte ainda estão sendo investigadas. De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML), exibido pelo Jornal da Globo, a morte foi causada por “hemorragia interna decorrente de laceração pulmonar decorrente de ferimento transfixante do tórax. Ação pérfuro-contundente”.
Confronto – Ao saber do corpo encontrado, os manifestantes saíram às ruas. Ao se depararem com policiais subindo o morro, o grupo teria atirado pedras e garrafas de vidro contra os agentes que, de acordo com moradores, revidaram com disparos de armas de fogo. Também foram disparados tiros do lado oposto. Pouco depois do confronto, um homem de cerca de 30 anos, não identificado, foi levado ao Hospital Miguel Couto. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, ele já chegou morto, baleado na cabeça.
Devido ao confronto, bares, lojas e restaurantes da região fecharam as portas mais cedo. Funcionários de pelo menos dois hotéis localizados na rua Sá Ferreira, a poucos metros de uma das entradas da favela, alertaram para que os hóspedes não saíssem dos quartos.
Trânsito – Pelas ruas do bairro, ficaram rastros de muito quebra-quebra. Um carro foi queimado na entrada da favela. Bombeiros foram acionados. Um dos pontos bloqueados no bairro foi o Túnel Sá Freire Alvim. Também foram interditados trechos das ruas Sá Ferreira e Barata Ribeiro e das avenidas Nossa Senhora de Copacabana e Raul Pompéia – algumas das vias mais movimentadas da região. Estavam fechados, ainda, acessos da estação General Osório. Parte do bairro ficou sem energia elétrica logo após o início do tumulto.
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