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Pronunciamento de Dilma na TV custa R$ 90 mil

Gasto desde a posse da presidente da República supera 1 milhão de reais com agências de propaganda na produção de dezessete aparições em rede nacional

Por Da Redação
30 dez 2013, 13h15

A estratégia da presidente da República, Dilma Rousseff, de aparecer cada vez mais em pronunciamentos em rede nacional de rádio e televisão custou até agora 1,2 milhão de reais aos cofres públicos desde o primeiro ano de seu mandato, em 2011. Cada vez que a presidente vai à TV, o Palácio do Planalto desembolsa 90.000 reais com produção, gravação, edição, computação gráfica, trilha, locução, equipe e equipamentos.

No domingo, Dilma fez seu 17º pronunciamento desde que tomou posse. Trata-se de uma média que supera cinco aparições por ano. Seus antecessores, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, registraram uma média inferior a três pronunciamentos anuais na TV.

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Nas aparições de 2013, além da que foi ao ar neste domingo, Dilma divulgou medidas de impacto de seu governo, como a redução da tarifa de energia (23 de janeiro), a desoneração da cesta básica (8 de março) e a promessa de destinar dinheiro do pré-sal para a educação (1º de maio). Foi à TV também para dar uma resposta às manifestações (21 de junho), para exaltar a criação do programa Mais Médicos (6 de setembro) e para comemorar a conclusão do primeiro leilão do pré-sal (21 de outubro).

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Em dezembro de 2012, o valor gasto pelo governo para produzir um pronunciamento passou de 58.000 reais para os atuais 90.000 reais – quase 56% de aumento, acima da inflação. A Secretaria de Comunicação diz que houve “atualização de valores”, “uma vez que os preços até então praticados remontavam ao ano de 2008”. A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2008 a 2012 foi de 32%.

TV pública – O pronunciamento de 21 de junho, em meio às manifestações, foi o mais atípico. A aparição foi organizada às pressas e não contou com a superprodução de 90.000 reais. Naquela oportunidade, quem produziu o conteúdo foi a EBC/NBR, empresa estatal de comunicação, “pois não havia tempo hábil para a mobilização de uma das agências contratadas”, segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Em condições normais, é a pasta que fica responsável por contratar uma agência para a produção dos pronunciamentos da presidente.

Os demais pronunciamentos deste ano foram feitos pelas agências de publicidade Propeg e Leo Burnett. A escolha pelas agências contratadas para a produção dos pronunciamentos obedece a “normativos e dispositivos legais, que determinam a seleção da agência que possua melhores condições para atender à demanda naquele momento, familiaridade com o tema e reaproveitamento de linha criativa”, diz a secretaria.

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O senador mineiro Aécio Neves (PSDB), provável candidato tucano à Presidência, criticou a estratégia de Dilma. Ele acusa a presidente de contrariar a legislação em vigor e apropriar-se “indevidamente” da rede para fins eleitorais. Para a Secretaria de Comunicação, porém, a presidente vale-se da prerrogativa dos pronunciamentos “quando há necessidade de comunicar fatos relevantes de interesse nacional”.

Um decreto de 1979 prevê que as emissoras de radiodifusão podem ser convocadas para transmitir gratuitamente pronunciamentos do presidente da República e dos presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal, quando o objetivo for a “divulgação de assuntos de relevante importância”. Neste fim de 2013, os presidentes da Câmara e do Senado também recorreram à rede nacional para discursar à Nação.

(Com Estadão Conteúdo)

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