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Programa de índio no Rio: assistir ao tumulto pela TV do hotel

Tumulto em torno do antigo Museu do Índio começou quando os indígenas já estavam fora do prédio. PM informa que invadiu o local para evitar incêndio

Por Da Redação
22 mar 2013, 13h08

Por força do homem branco, foi revogado às 12h desta sexta-feira, no Rio de Janeiro, o sentido tradicional da expressão “programa de índio”. Enquanto 12 índígenas tomavam café da manhã em um hotel no centro do Rio, dezenas de manifestantes, munidos de ‘tacapes’ de ferro, pedras, paus e materiais da obra no estádio do Maracanã enfrentavam a polícia. O motivo: resistir à ocupação do antigo prédio do Museu do Índio, que desde 1978, é uma estrutura abandonada. Para deixar claro: os índios estavam num hotel, e a tribo dos manifestantes brancos entoava cantos de guerra contra a polícia.

Da TV do hotel, o que se via, na transmissão ao vivo da GloboNews, era a entrada do Batalhão de Choque no prédio em ruínas, com uma enfurecida etnia identificada pelas calças jeans, os rostos cobertos com camisa e mochilas. O defensor público Daniel Macedo disse à emissora que a entrada da Polícia Militar foi abusiva, pois os índios já haviam concordado em deixar o local.

A versão da PM é outra. Pouco antes do meio-dia, depois da saída de 12 índios – a maioria idosos, mulheres e crianças – aguardava-se a desocupação pelo restante do grupo, num total de cerca de 25 indígenas que estão no local desde 2006. Começou, então, o incêndio em uma oca. Temendo que a situação saísse do controle, foi dada a ordem para a entrada. Formou-se em seguida um cordão de isolamento para retirada dos demais índios.

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Com os índios todos fora do local, os manifestantes começaram a fechar as pistas da Radial Oeste. Tumulto formado – com direito a uma representante do Femen, que foi detida depois de tirar a camisa -, o que se viu foi o de sempre: gás lacrimogênio, corre-corre, objetos lançados na pista e os escudos do Batalhão de Choque.

O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), da Comissão de Direitos Humanos, informou que os índios aceitaram a proposta do governo do Estado de serem levados para um terreno em Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade. Pouco depois das 11h representantes do grupo redigiram um documento concordando com a proposta oficial e passaram, então, a aguardar a assinatura de um representante do governo do estado para deixar o prédio.

Por que cargas d’água, então, eclodiu o tumulto? A explicação dificilmente escapa do seguinte: as razões e os interesses de quem cercava o ‘museu’ e defendia o que passou a ser chamado de ‘aldeia Maracanã’ não tem qualquer conexão com os interesses dos índios de fato. Como mostrou reportagem do site de VEJA, o interesse de ‘índios’ pelo prédio que desde 1978 não funciona mais como museu começou quando o governo do estado decidiu que usaria a área para o complexo do Maracanã.

Na tarde desta sexta-feira, os 25 índios que estavam dentro do prédio em ruinas vão optar pelos seguinte: receber moradia em áreas na Zona Oeste da cidade; receber o benefício de 500 reais do aluguel social – idêntico ao das vítimas da chuva na Região Serrana – ou obter auxílio para retornar a suas aldeias de origem.

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