Procurador vê consistência em denúncia contra Renan

Roberto Gurgel encaminhou denúncia acusando senador alagoano de apresentar notas fiscais frias relacionadas à venda de bois em 2007

Por Da Redação
30 jan 2013, 08h05

Renan Calheiros, senador (PMDB-AL) (André Dusek/AE/VEJA)

Enquanto costura nos bastidores sua candidatura à presidência do Senado e tenta minimizar o impacto de denúncias com a ajuda de seu partido, Renan Calheiros (PMDB-AL) sofreu na terça-feira novo desgaste político. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, classificou como “extremamente consistente” a denúncia apresentada por ele ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o senador. “Foi uma iniciativa ponderada, examinada, refletida com o máximo cuidado e extremamente consistente”, disse Gurgel.

Na sexta-feira passada, o procurador encaminhou uma denúncia ao STF acusando Calheiros de apresentar notas fiscais frias relacionadas à venda de bois em 2007. O objetivo do senador era comprovar rendimentos que teriam sido utilizados para pagar pensão a uma filha. Na época, surgiu a suspeita de que a pensão teria sido custeada por um lobista. Renan respondeu a processo de cassação e renunciou à presidência da Casa na ocasião.

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A denúncia da Procuradoria-Geral da República foi fundamentada em relatórios de inteligência financeira e informações fiscais fornecidas pela Receita. O material estava sendo preparado há meses, segundo Gurgel.

O procurador negou que a apresentação da denúncia uma semana antes da eleição no Senado tenha motivação política. “A iniciativa foi extremamente ponderada. Tenho sempre muito cuidado com isso, mas não posso ficar subordinado. As pessoas estão sempre concorrendo a cargos. Não pode ficar o Ministério Público de mãos atadas, subordinado a só oferecer denúncia quando seja politicamente conveniente”, afirmou.

(Com Estadão Conteúdo)