Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Prisão de Bernardo é para ‘constranger’ Gleisi, dizem aliados

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 jun 2016, 14h12

A tropa de choque da presidente afastada Dilma Rousseff reagiu nesta quinta-feira à ordem de prisão contra o ex-ministro das Comunicações e do Planejamento, Paulo Bernardo, e afirmou que a detenção do petista, alvo da Operação Custo Brasil, tem por objetivo “constranger” a senadora e esposa de Bernardo, Gleisi Hoffmann (PT-PR). Gleisi estava em uma reunião do Parlasul, no Uruguai, quando soube da prisão do marido. Hoje, desfalcou a tropa de choque de Dilma na comissão processante do impeachment, no Senado, para ficar com os filhos. O apartamento do casal na capital paranaense foi alvo de buscas da Custo Brasil na manhã de hoje.

Aliado de Gleisi, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse não entender o motivo da prisão. Ele alega que as investigações sobre o caso existem há mais de um ano e não haveria motivos para deter Paulo Bernardo e também para recolher documentos em imóveis do casal. “Estamos estranhando muito as circunstâncias em que isso aconteceu. Esse inquérito já existia há quase um ano. Estão constrangendo a senadora, que estava com sua família e com seus filhos. É um caso de criminalização da política”, disse. Embora haja evidências e depoimentos de delatores de que Gleisi Hoffmann recebeu 1 milhão de reais a mando do doleiro Alberto Youssef para despesas de campanha, Farias tentou desvinculá-la de escândalos de corrupção. “Ninguém está falando que ela recebeu mesada, ninguém falou que ela tem conta na Suíça. Qual a razão disse senão constranger a senadora. Não existe pessoa mais íntegra do que a senadora Gleisi”, afirmou.

O petista ainda insinuou que a Operação Custo Brasil teria por objetivo tirar do foco outros episódios da política nacional, como as revelações de que o ex-presidente do PSDB Sergio Guerra, já falecido, pediu 10 milhões de reais em propina para barrar a CPI da Petrobras, em 2009, e o mal explicado episódio da morte do empresário Paulo Cesar de Barros Morato, considerado foragido na Operação Turbulências, que apura o uso de empresas de fachada para a movimentação de dinheiro sujo e pagamento de vantagens a políticos, inclusive ao ex-candidato à presidência pelo PSB Eduardo Campos, morto em agosto de 2014.

“Justamente um dia depois que aparece uma gravação envolvendo o presidente do PSDB no caso de propina para abafar a investigação da CPI da Petrobras e depois da morte de um operador ligado ao PSB aparece uma prisão preventiva. Qual o sentido de uma busca e apreensão um ano depois?”, questionou Lindbergh. Para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), também aliada de Gleisi, a prisão de Paulo Bernardo serviria para “mascarar outras denúncias que envolvem membros do governo interino”.

Continua após a publicidade

Em nota, a bancada do PT no Senado disse que considera a busca e apreensão da casa de Gleisi e Paulo Bernardo, em Curitiba, uma “invasão. “A bancada repudia, com veemência, o claro abuso de poder cometido. A residência oficial da Senadora Gleisi Hoffmann foi invadida, na presença de seus filhos menores, pela Polícia Federal, sem a devida autorização do Supremo Tribunal Federal. Com isso, usurparam-se atribuições constitucionais exclusivas do STF e da Procuradoria-Geral da República. Trata-se de fato gravíssimo, que atenta contra o Estado Democrático de Direito”, disse.

Em março, a Polícia Federal indiciou a senadora petista Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o marido dela, Paulo Bernardo, pelo crime de corrupção passiva por suspeitas de que o casal recebeu dinheiro sujo do esquema do petrolão. A senadora é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) depois de ter sido citada pelos delatores Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa. Tanto o doleiro quanto o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras apontaram a parlamentar do PT como destinatária de 1 milhão de reais, desviados da Petrobras, e repassado como doação de campanha. Na versão de Youssef, o dinheiro sujo foi entregue a um preposto da petista em um shopping de Curitiba.

Suspeitas de envolvimento da senadora e de seu marido também foram detectadas depois de a Polícia Federal e o Ministério Público terem rastreado as movimentações do advogado e ex-vereador Alexandre Romano, preso na Operação Lava Jato por indícios de operar um esquema de pagamento de propina no Ministério do Planejamento. A delação premiada de Romano foi crucial para a deflagração da Operação Custo Brasil nesta quinta-feira.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.