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Presos policiais ligados ao jogo do bicho no Rio

Operação da Secretaria de Segurança desmonta esquema de corrupção que rendia cerca de 30 mil reais por mês a policiais civis e militares no centro do Rio

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
29 ago 2012, 13h03

Uma operação policial no centro do Rio na manhã desta quarta-feira teve como alvo um esquema de jogo ilegal que opera nas barbas da Secretaria de Segurança, na região da Central do Brasil – onde fica o prédio da cúpula da segurança no estado. Até o fim da manhã, 18 pessoas foram presas, quatro delas policiais da ativa e dois da reserva. Além de um ex-policial civil. A operação foi batizada de “Catedral”, e estourou também a central onde eram feitos os sorteios válidos para todo o estado.

Agentes da secretaria foram à rua para cumprir 24 mandados de prisão e realizar buscas de equipamentos, armas e documentos. Além da Central do Brasil, bairros da zona norte, como São Cristóvão – próximo ao Maracanã – também são focos explorados pela quadrilha. O envolvimento de policiais com a contravenção é um problema histórico do Rio, e a principal dificuldade para o combate a esse tipo de crime, irrigado pelo dinheiro da corrupção policial.

O envolvimento de agentes de segurança com o jogo não chega a surpreender. Mas para o cidadão, não deixa de ser revoltante. Um dos presos é um capitão, chefe do serviço reservado do 5º BPM (Praça Harmonia), responsável pelo policiamento no centro do Rio. Um sargento do mesmo batalhão também foi preso. Dois sargentos que atuavam como supervisores da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro da Providência também foram detidos. Entre os policiais civis envolvidos no esquema está o chefe do setor de investigações da 4ª DP (Praça da República). Ou seja: a quadrilha corrompeu e mantinha sob controle alguns dos policiais que tinham o combate ao crime naquela área como uma de suas funções, alguns deles em função de chefia.

“Os policiais, além de não coibirem a atividade explorada pela quadrilha, ainda avisavam sobre as operações e davam proteção aos pontos do jogo do bicho. Essa operação não é só contra o jogo do bicho, mas contra o desvio de conduta policial. É através do desvio que a organização criminosa se mantém”, afirmou Fábio Galvão, subsecretário de Inteligência, acrescentando que um policial da UPP da Providência recebia 75 reais por semana da quadrilha. Já o chefe do setor de investigações da 4ª DP receberia 16.000 reais por mês.

A investigação da Secretaria de Segurança concluiu que a ‘folha de pagamento’ para policiais destinava cerca de 30.000 reais mensais a PMs e policiais civis. Apontados como chefes do esquema, o contraventor Evandro Machado dos Santos (o “Bedeu”) e o filho dele, Alessandro Ferreira dos Santos, foram presos em casa, no condomínio Nova Barra, no Recreio, onde também morava o ex-goleiro Bruno – preso assassinato da ex-amante Eliza Samudio. O trabalho de investigação, informou a secretaria, durou sete meses, e teve participação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (DRACO-IE), da 1ª Central de Inquéritos do Ministério Público, das corregedorias das Polícias Civil e Militar e da Corregedoria Geral Unificada (CGU) da Seseg.

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