Presos brasileiros que matavam para a máfia japonesa
A acusação diz que eles mataram a tiros de pistola o comerciante Yoshitaka Kawakami e tentaram eliminar a mulher dele, Naomi Kawakami
A Polícia Federal prendeu dois homens acusados de assassinato em Tóquio, a mando da Yakuza, a temida máfia japonesa. Eles estavam foragidos havia dez anos e foram capturados nesta terça-feira por agentes que atuam na Interpol (Polícia Internacional).
Cristiano Ito, o Javali, de 35 anos, foi localizado em Mogi das Cruzes, e Marcelo Cristian Gomes Fukuda, de 31, em Campinas. Uma tatuagem azulada, que segundo a PF representa a marca da Yakuza, cobre a nuca e parte da cabeça de um dos suspeitos, Javali.
O crime a eles atribuído aconteceu às 2h10 de 4 de junho de 2001. A acusação diz que eles mataram a tiros de pistola o comerciante Yoshitaka Kawakami e tentaram eliminar a mulher dele, Naomi Kawakami, asfixiada e espancada na cabeça com a coronha de uma arma.
As vítimas dormiam no andar térreo de sua residência quando os assassinos entraram. O assassinato chocou o Japão pela violência dos matadores.
O mandante do crime, informa a polícia do Japão, foi Ikebe Tetsuo, irmão gêmeo de Yoshitaka. Ele contratou a Yakuza, a famosa associação criminosa fundada nos idos de 1.600 e mundialmente conhecida por seus métodos sangrentos. “Adotado pelos avós, ele (Tetsuo) nutria ódio incontido por Yoshitaka desde tenra idade, razão pela qual resolveu assassiná-lo”, aponta o relatório oficial.
Os dois acusados são cidadãos brasileiros, descendentes de japoneses. Cada um teria recebido 3 milhões de ienes, ou cerca de 71 mil reais. A PF prendeu Javali e Marcelo Fukuda amparada em ordem do 5.º Tribunal do Júri da Capital. A operação foi conduzida pelo delegado Marcelo Sabadin e por um grupo de agentes da Interpol/SP.
A polícia de Tóquio individualizou a participação de cada um no crime – Marcelo Fukuda fez os disparos contra Yoshitaka Kawakami. Javali agrediu a mulher. A polícia japonesa formou “volumoso expediente” sobre o assassinato e concluiu que a Yakuza “procurou terceiros” para a execução e a eles repassou instruções para a empreitada.
(Com Agência Estado)