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Sabesp vai adiar obras por falta de dinheiro

Companhia de águas de São Paulo pediu à agência reguladora reajuste na tarifa de 22,7%, mas só obteve autorização para 15,24% – aumento acima da inflação é questionado na Justiça

Por Da Redação
6 Maio 2015, 10h49

O presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Jerson Kelman, disse que vai adiar o início de obras previstas para este ano por falta de dinheiro. Segundo o dirigente, a medida é consequência do reajuste de 15,24% na conta de água autorizado na segunda-feira, pela agência reguladora do setor – índice inferior aos 22,7% solicitados pela estatal para, em tese, compensar as perdas provocadas pela crise hídrica. Ele não informou quais obras serão afetadas

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“Nós pedimos 23% com a consciência de que isso era o necessário. Como a agência reguladora, a Arsesp, nos deu 15%, essa diferença significará que algumas obras que tínhamos intenção de começar em 2015 serão postergadas”, disse Kelman nesta terça-feira em entrevista à TV Globo.

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Segundo Kelman, nenhuma das obras consideradas necessárias para garantir o abastecimento de água sem rodízio será adiada. “As obras vinculadas à garantia hídrica, isto é, as obras para trazer água para a região metropolitana e para as cidades do interior que têm risco de desabastecimento, são absolutamente prioritárias e não sofrerão nenhum adiamento”, disse.

Na segunda-feira, Kelman e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciaram o início das obras de transposição de água do Sistema Rio Grande, braço limpo da Represa Billings, para o Alto Tietê, considerada a ação mais urgente para evitar o rodízio. A conclusão de interligação dos mananciais havia sido prometida pelo tucano para maio, mas agora o prazo de entrega foi prorrogado para setembro. Segundo Alckmin, o atraso aconteceu porque o governo decidiu seguir as regras de licenciamento ambiental.

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Reajuste – Em março, a Sabesp pediu que o reajuste extraordinário na tarifa fosse de 22,7%, dos quais 7,8% seriam para repor a inflação acumulada em um ano e 13,8% para recuperar a queda de faturamento, devido à redução de consumo a partir de 2014 e do aumento de despesas com energia elétrica, cujas tarifas também subiram por causa da estiagem. À época, a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) havia autorizado preliminarmente um reajuste de 13,8%. Para Rui Affonso, diretor econômico-financeiro da Sabesp, o índice não garantia o equilíbrio financeiro da empresa. “Nós precisamos atravessar 2015 sem rodízio, sem interrupção das obras e sem complicar mais a vida do consumidor”, disse o diretor na ocasião.

Antes da definição do reajuste, a Sabesp já havia anunciado a redução em 55% dos investimentos em coleta e tratamento de esgoto em 2015 por causa da crise para sobrar dinheiro para “antecipar os investimentos em água”. Em 2014, a companhia registrou uma queda de 6,7% na receita operacional em relação ao ano anterior e de 53% no lucro, que caiu de 1,9 bilhão de reais para 903 milhões de reais.

Ainda assim, a estatal vai pagar 252,3 milhões de reais em dividendos aos seus acionistas: 50,3% para o governo paulista e 49,7% para investidores nas bolsas de São Paulo e Nova York. A Sabesp pagou ainda 504.000 reais em bônus para os seis diretores em 2014, quando teve início o racionamento de água na Grande São Paulo. Segundo a estatal, os valores referem-se a uma gratificação pelos resultados financeiros obtidos em 2013.

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(Com Estadão Conteúdo)

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