Prefeitura pede que juiz reconsidere remoção de moradores do Cingapura
A Cetesb e a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) ainda estudam os melhores locais para instalação dos dutos de extração de gás
O juiz Valentino Aparecido de Andrade, da 10ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, convocou, no fim da tarde desta segunda-feira, uma audiência para discutir a remoção dos moradores do Cingapura da Avenida Zaki Narchi, na Zona Norte da capital paulista. No conjunto habitacional, construído sobre um antigo lixão, foi detectada a contaminação do subsolo por gás metano.
Pelo mesmo motivo, o Shopping Center Norte foi interditado na semana anterior. No centro de compras, o risco iminente de explosão foi minimizado com a instalação de dutos exaustores encravados no solo. Embora a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) tenha afirmado que o risco de explosão no Cingapura era mínimo, a promotora ambiental Claudia Cecilia Fedeli entrou com uma ação civil pública na última sexta-feira pedindo a remoção das quatro mil pessoas que vivem nos 35 blocos de apartamentos. No mesmo dia, Andrade determinou a interdição do conjunto habitacional.
Em nota, a prefeitura afirmou ter sido surpreendida pela ação judicial, que não foi “ajuizada quando da mais grave contaminação da área do Shopping Center Norte”. Nesta tarde, os técnicos da Cetesb vistoriaram bueiros e tampas de inspeção do conjunto, sem encontrar vestígios de metano. A Cetesb e a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) estudam os melhores locais para instalação dos dutos de extração de gás.
A audiência com o juiz deve ocorrer nesta terça-feira, às 14h30. Estarão presentes técnicos da Cetesb, da Sehab, da Procuradoria-Geral do Município (PGM) e do Ministério Público estadual (MP-SP). A reunião foi motivada pelo pedido de reconsideração feito pela prefeitura no fim da tarde de hoje.
Nesta segunda, moradores do conjunto interditaram parcialmente a Avenida Zaki Narchi, em protesto contra a remoção. A Polícia Militar foi acionada para liberar a via.