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PRB loteia chefias da Pesca nos Estados

Das 27 superintendências da pasta, 17 estão nas mãos de filiados do partido

Por Da Redação
1 dez 2014, 09h13

Um piloto de avião, um diretor de TV, advogados, políticos derrotados em eleições e dirigentes do PRB foram nomeados pelo partido como superintendentes do Ministério da Pesca nos Estados. A sigla comanda a pasta desde 2012, com a indicação do senador Marcelo Crivella (RJ), depois substituído por seu suplente no Senado, o pastor Eduardo Lopes (PRB).

Das 27 superintendências da Pesca, dezessete são ocupadas por filiados do PRB, partido controlado pela Igreja Universal do Reino de Deus. Um raio-X do perfil dos escolhidos para comandar os órgãos mostra que a filiação é o principal critério na escolha. Há superintendências também ocupadas por filiados dos partidos PP, PTN, PTC e PT.

Há cerca de uma semana, o jornal O Estado de S.Paulo informou que superintendências loteadas pelo PRB estão sob investigação da Polícia Federal e do Ministério Público por suspeitas de uso eleitoral das carteiras de pescador, que garantem o pagamento de um salário mínimo nos meses em que a pesca de algumas espécies fica proibida (seguro defeso) e outros benefícios, como aposentadoria especial.

Na sexta-feira, o Ministério Público Eleitoral no Acre pediu à PF abertura de um terceiro inquérito, para apurar compra de voto pela ex-superintendente no Estado Juliana Rodrigues de Oliveira, a Doutora Juliana, eleita deputada estadual pelo PRB. Um mês antes do período eleitoral, a pasta editou uma instrução normativa em que autoriza as superintendências a confeccionar os documentos – antes feitos com selo da Casa da Moeda – em papel comum. A denúncia é de que a nova regra facilitou um derramamento de carteiras no Acre trocadas por votos.

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Currículo – Em Alagoas, o superintendente da Pesca também saiu do cargo para se eleger deputado federal. Galba Novais foi eleito pelo PRB. Antes de assumir a Pesca, tinha presidido a Câmara de Vereadores de Maceió. No lugar dele, foi nomeado o aliado Paulo Valter Gondim, também ligado ao partido.

Em Mato Grosso do Sul, o superintendente Luiz David Figueiró é tesoureiro do diretório estadual do PRB. Piloto de avião desde 1978 e consultor de companhias aéreas, Figueiró já trabalhou no governo sul-mato-grossense como piloto e foi assessor no Ministério dos Transportes no governo Lula.

No Ceará, Estado de tradição pesqueira, o superintendente é o pastor Emanuel Robson Oliveira, que tem um currículo de dedicação à Universal. Ele foi diretor de programação da Record, emissora de televisão da igreja, em Cuiabá e Fortaleza. Oliveira presidiu o PRB no município cearense de Maracanaú.

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Na lista de indicados pelo PRB para as superintendências há também advogados, como Fábio da Silva Muniz (Amapá) e Nádia Hellen Gaia de Almeida (Pará).

Em breve, o PRB vai ganhar mais um superintendente. Raimundo Nonato Sousa Pereira Costa disse que vai se filiar pela primeira vez a um partido e explicou por que escolheu o PRB: “É o partido do ministro”.

Procurados, o Ministério da Pesca e Crivella não responderam aos questionamentos sobre as nomeações nos Estados. Em outra ocasião, a pasta informou que abriria sindicância para apurar as irregularidades no pagamento do seguro defeso e na emissão das carteiras. Na semana passada, o PRB emitiu nota dizendo que espera receber um “ministério maior que o da Pesca” no segundo governo Dilma. Justificou a reivindicação dizendo que ampliou sua bancada na Câmara dos Deputados de oito para 28 deputados.

(Com Estadão Conteúdo)

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