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Policiais envolvidos na morte de Cláudia têm histórico de tragédias

Tenente e sargento acumulam registros de confrontos, mortes de inocentes e autos de resistência - casos em que o suspeito morre em uma reação da polícia

Por Leslie Leitão 28 mar 2014, 16h33

Policiais que atuam na rua têm, entre os riscos de sua rotina, os confrontos – muitas vezes com troca de tiros. Quando a frequência desse tipo de conflito foge da normalidade, algo está errado, se não na conduta do policial, na estratégia policial para aquela área em especial. Os registros acumulados por dois dos policiais envolvidos na trágica morte de Cláudia Silva Ferreira, a mulher baleada e arrastada pela rua em uma viatura da PM, revelam um histórico de tragédias, com inocentes mortos.

Dos oito policiais que participaram da incursão ao Morro da Congonha, dois estiveram no confronto que resultou na morte de Claudia. São eles o tenente Rodrigo Medeiros Boaventura e o sargento Zaqueu de Jesus Pereira Bueno, que tiveram as prisões temporárias (30 dias) decretadas na quinta-feira pelo juiz da 3º Tribunal de Júri, Murilo Kieling.

O tenente tem em seu histórico três eventos dramáticos, além da morte de Cláudia. Em dois deles, ocorridos em favelas da região de Costa Barros, na Zona Norte da cidade, as vítimas também eram inocentes e foram atingidas por balas perdidas, exatamente como Claudia. O primeiro episódio foi em 26 de fevereiro de 2013, quando bandidos do Morro da Pedreira tentaram furar um bloqueio da PM e, no confronto, o aposentado João Gregório Biló, de 69 anos, acabou atingido. Como Claudia, ele foi levado para o hospital pelos policiais, mas acabou morrendo.

No dia 15 de agosto do mesmo ano, na vizinha Favela da Quitanda, uma incursão policial resultou em mais duas mortes, de mãe e filha. Maria de Fátima dos Santos, de 52 anos, e Alessandra de Jesus, de 23, foram baleadas em um beco na localidade conhecida como Tom Jobim. À época, a família acusou os policiais de terem confundido Alessandra – que usava o cabelo curto e vestia uma jaqueta jeans – com um bandido. Elas também foram socorridas, mas morreram antes de receber atendimento. Os outros episódios em que o tenente participava da operação foram um auto de resistência – episódio em que a morte de um suspeito ocorre, supostamente, em uma reação do policial – no Morro Jorge Turco, em 4 de fevereiro, e o episódio da morte da faxineira, que acabou o levando para a cadeia.

Já o sargento Bueno acumula nada menos que dez autos de resistência desde 2008. Ele já passou por batalhões da Tijuca, Olaria, Irajá. Os mais recentes ocorreram nos últimos quatro meses. Em 3 de dezembro do ano passado, dois homens não identificados foram mortos e, com eles, foram apreendidos um revólver e uma pistola, no Beco de Anchieta. No dia 5 de janeiro passado, Fábio Douglas Almeida Ferreira, de 17 anos, foi morto na Favela Pára-Pedro, em Irajá. E, no mesmo dia em que morreu Claudia, um homem apontado como traficante foi baleado e morto no mesmo tiroteio. A vítima foi identificada como William dos Santos Possidônio. Bueno tem ainda em seu histórico relatos que mostram uma face ameaçadora. Em julho de 2010, ele discutiu com um homem na região onde moram, e avisou, sacando a arma: “Vou te matar! Vou descarregar o pente pra botar o caixão fechado”, disse.

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