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Policiais forjavam flagrantes para extorquir traficantes, diz relatório do MP

Segundo documento apresentado à Justiça, agentes fizeram pelo menos três falsos flagrantes em Campinas para obter 300 000 reais de criminosos

Por Da Redação
20 jul 2013, 15h02

O relatório apresentado à Justiça pelo Ministério Público (MP) sobre suspeita de corrupção, vazamento de informações e extorsão a traficantes por parte de policiais do Departamento Estadual de Narcóticos (Denarc) indica ao menos três falsos flagrantes na região de Campinas em uma investida para obter 300 000 reais de criminosos, entre janeiro e abril. Treze pessoas, sendo dois delegados, foram presos na última segunda-feira em uma operação conjunta do MP com a Corregedoria da Polícia Civil. Eles teriam ligação com traficantes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC).

Segundo a promotoria, essas operações estavam sob responsabilidade do delegado Fábio do Amaral Alcântara, da 3ª Delegacia da Divisão Especial de Apoio (Deap) do Denarc. Ele “aparece em todos os momentos da empreitada criminosa investigada”, afirmam os promotores, que chamam a atenção para o fato de ter sido Alcântara quem registrou três autos de prisão em flagrante de traficantes ligados ao grupo do de Andinho, que comandaria da cadeia o tráfico na região.

Os bandidos foram alvos de achaque pelos agentes do Denarc, segundo os promotores. O principal alvo dos policiais seria Agnaldo Aparecido da Silva Simão, o Codorna, considerado o braço direito de Andinho no comando do tráfico na Favela São Fernando. Em janeiro, segundo o Ministério Público, os policiais procuraram Codorna e exigiram dele o pagamento de 200 000 para evitar a repressão ao tráfico.

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“Eles disseram que queriam 200 000 para reforçar a amizade. Se eu não desse esse dinheiro, eles teriam de voltar, prender todo mundo e mandar para a cadeia”, afirmou o traficante, depois de preso pela Polícia Militar.

Violência – Um mês depois, sem o pagamento, os agentes do Denarc aumentaram o valor para 300 000, de acordo com os relatos dos traficantes, e perseguiram membros do grupo com violência, fazendo buscas ilegais na favela e invadindo casas. Um dos policiais diz, em conversa telefônica, ter roubado 20 000 da venda de drogas.

No dia 18 de março, um dos falsos flagrantes, segundo o relatório, foi o de Monik Maria de Souza e Janaína de Souza Ribeiro, que pertenceriam à quadrilha de Andinho, segundo os promotores. No registro de prisão, feito pelo delegado Alcântara, consta apreensão de drogas. Para os promotores, o material foi trazido pelos próprios policiais.

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Depois de detidas, já na penitenciária, as duas entraram em contato com Codorna e relataram por telefone terem sido torturadas. Depois, ao Gaeco, confirmaram a falsa prisão e as torturas.

Defesa – O advogado de Alcântara, Márcio Sayeg, diz que o cliente é inocente e teria entrado no Denarc somente em fevereiro – as investigações começaram em outubro de 2012. A defesa está estudando o caso para entrar com um pedido de habeas corpus até a próxima terça-feira.

(Com Estadão Conteúdo)

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