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Começa o desmonte do arsenal da Rocinha

Polícia encontra 13 fuzis, munições e granada jogados na mata. Desafio, agora, é encontrar as centenas de criminosos do bando de Nem

Por Cecília Ritto, Leslie Leitão e Leo Pinheiro
13 nov 2011, 08h41

Os policiais e militares que ocuparam as favelas da Rocinha e do Vidigal, na manhã deste domingo, conseguiram algo raro: entraram em uma área complexa, controlada por bandidos, sem disparar um tiro sequer. O resultado da operação, que às 6h tinha conseguido controlar o território, indica que, com a prisão dos chefes da quadrilha – entre eles o traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem – e a demonstração de força do estado, com blindados, helicópteros e cerca de mil homens, os criminosos optaram por evitar o confronto e se dedicaram a fugir ou esconder-se.

Começou, depois das 6h, quando as favelas foram anunciadas como “controladas pelo estado”, um trabalho de busca de criminosos e ‘pente fino’ em busca de armamento. Por volta das 9h, uma picape do Batalhão de Operações Especiais (Bope) desceu o morro na Rocinha com pelo 13 fuzis – entre eles um com o símbolo de um coelho, do traficante que tinha esse apelido. Policiais federais recolheram drogas, em quantidade ainda não informada, e em várias partes das favelas havia motos roubadas. Um caminhão do Bope recolhe dezenas de motos – algumas usadas como barricada, cobertas de óleo grosso e deixadas nas ruas, para tentar dificultar o acesso.

No início da tarde, foi anunciada a apreensão de 112 quilos de maconha no alto da Rocinha, já na região de mata, além de 33 carregadores de fuzis, entre eles dez de AK47, de fabricação soviética. Um balanço final da operação está previsto para o final da tarde deste domingo.

De acordo com a PF, há apenas 23 mandados de prisão contra criminosos na Rocinha e no Vidigal. É pouco, para uma quadrilha estimada em até 400 homens. Como ocorreu no Alemão, é normal que muitos dos bandidos, sem condenação ou sem acusação formal, consigam escapar. Mas o sucesso da operação vai depender também da prisão dos bandidos de menor poder na hierarquia da quadrilha.

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Cerco – Policiais do Bope ocuparam, 36 horas antes da operação, pontos na mata ao redor da Rocinha e do Vidigal. Eles esperam uma possível debandada de criminosos pela floresta. Mas o cerco vai muito além dos limites das duas favelas. Equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) montaram barreiras em vias de saída do Rio, como a Ponte Rio-Niterói, a Rodovia Presidente Dutra e a Washington Luís, para evitar que criminosos tentem chegar a outras cidades. Uma das preocupações é a fuga para Macaé, onde a facção Amigos dos Amigos tem favelas sob seu controle.

Até as 9h, o único preso era o homem identificado como Igor Tomás da Silva, foragido da Justiça por roubo. Ele parecia drogado e recebeu atendimento médico.

(Atualizado às 13h13m)

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