Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Polícia indicia militantes de PSOL e PSTU por vandalismo

Sete pessoas foram acusadas de destruição, furto qualificado, porte de explosivo e formação de milícia em protestos na capital gaúcha no ano passado

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 14 mar 2014, 18h06

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indiciou nesta sexta-feira sete pessoas acusadas de promover e incitar atos de vandalismo, furto qualificado, porte de material explosivo e formação de milícia privada em protestos ocorridos em junho do ano passado. Entre os indiciados, dois exercem cargos de liderança em grupos estudantis ligados a partidos de esquerda: Lucas Maróstica (PSOL) e Matheus Gomes (PSTU). Ambos já se candidataram a vereador pelas legendas e são figuras frequentes nos protestos realizados em Porto Alegre.

Segundo o delegado Marco Antônio Duarte, responsável pela investigação, os indiciados formaram um grupo que planejou ataques e depredações ao patrimônio público e privado durante as manifestações contra o aumento das tarifas de ônibus na capital gaúcha. “Eles se organizaram antecipadamente e aproveitaram os protestos para promover depredações na cidade”, afirmou. De acordo com o Código Penal, o crime de formação de milícia privada prevê pena de quatro a oito anos de prisão para quem “constituir, organizar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular ou esquadrão com a finalidade” de cometer crimes. A lei, sancionada pela presidente Dilma Rousseff em 2012, tem punição mais severa do que a prevista para formação de quadrilha – com pena estimada de 1 a 3 anos de reclusão.

Leia também:

Vereadores e delegado aparecem em lista de doadores dos Black Blocs

Em oito meses de investigação, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão nas residências e locais de encontro dos acusados, além de reunir depoimentos de testemunhas, imagens e vídeos para comprovar a autoria do grupo nos delitos. O resultado foi um relatório de três volumes com 192 páginas, que deve ser entregue à Justiça gaúcha nos próximos dias. Segundo o delegado, o grupo tem ligação com o Black Bloc de Porto Alegre.

Continua após a publicidade

Primeira destruição – O ponto de partida da investigação foi o protesto do dia 27 de junho, no centro da cidade. O ato convocado pelo Bloco de Lutas, grupo ao qual os acusados fazem parte, começou pacífico, mas terminou em confronto com a Polícia Militar e deixou um rastro de destruição. Na ocasião, o Palácio da Justiça foi danificado, lojas foram saqueadas, dois PMs ficaram feridos e oito manifestantes foram detidos – entre eles estava um dos indiciados no inquérito.

A ex-deputada Luciana Genro, filha do governador Tarso Genro (PT), que advoga para o militante do PSOL, classificou como “escandaloso” o indiciamento dos manifestantes. Em entrevista à Rádio Gaúcha, ela afirmou que a investigação é uma tentativa de “criminalizar movimentos sociais e partidos de esquerda”, sobretudo o PSOL. “Tive acesso aos documentos [do processo], não há absolutamente nenhuma prova que mostre que eles [Maróstica e Gomes] fizeram parte de uma ação para promover depredação ou quebradeira”, disse Luciana.

Em seus perfis no Facebook, Maróstica e Gomes defenderam-se, dizendo que estão sendo perseguidos e que não há nenhuma prova contra eles. “Não somos milicianos, somos jovens em movimento. Mesmo sem provas, sem vídeos, sem imagens, a Polícia decidiu levar adiante o inquérito. Tudo para intimidar, acuar o processo de mobilizações. Essas ações policialescas colocam em xeque a “democracia” e escracham a perseguição política que estamos sofrendo”, publicou Maróstica nas redes sociais. Além de atuarem na juventude do PSOL e do PSTU, os dois estudam na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.